Derrota de PSB no Recife influirá em 2022

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Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo – 11/5/2018

O desfecho da disputa pela Prefeitura do Recife entre João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, e a prima Marília Arraes (PT), pode zerar o jogo político para sucessão estadual em 2022 e colocar sob ameaça a hegemonia do PSB em Pernambuco. Além disso, um eventual fracasso do partido no domingo tem potencial para azedar a relação nacional com o PT, empurrando o PSB para o lado do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

Para sedimentar essa aliança, Ciro desembarcou no fim de semana no Recife para participar de ato de apoio a Campos. “O PT já teve a sua oportunidade”, diz Ciro em vídeo para o candidato, cuja campanha aposta agora em incitar o antipetismo no Recife.

Em Fortaleza, Ciro conseguiu colocar o PT para escanteio e emplacou uma chapa favorita PDT/PSB, liderada por José Sarto (PDT), para a disputa contra Capitão Wagner (Pros) no segundo turno. No Recife, a parceria com o PSB foi formalizada com a indicação da vice Isabela de Roldão (PDT) para a chapa de Campos, limando a candidatura do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT). Gadêlha acabou declarando apoio a Marília

Desde 2014, quando Eduardo Campos resolveu se lançar candidato à Presidência, a relação nacional entre PSB e PT vem de altos e baixos. Após a trágica morte de Campos em acidente aéreo durante a campanha, o PSB decidiu apoiar Aécio Neves (PSDB) e, em 2016, foi favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.

Mesmo sem Campos, o PSB colecionou vitórias em Pernambuco, seu principal reduto, elegendo Paulo Câmara (PSB) governador duas vezes e reelegendo Geraldo Júlio (PSB) prefeito em 2016. Nesse período, o PT no Estado foi acessório. Em 2018, a candidatura de Marília Arraes ao governo foi rifada em nome da neutralidade do PSB nas eleições presidenciais, prejudicando Ciro. No segundo turno, o PT apoiou Haddad e, depois, o movimento “Lula Livre”.

A eleição de Campos, 26 anos, é o maior desafio do PSB no Estado após a morte do seu pai. O desgaste de Geraldo Júlio, após sete operações da Polícia Federal na prefeitura, fez disparar a sua rejeição, prejudicando Campos. Ele teve 29% dos votos contra 27,9% da prima no primeiro turno. A uma semana do pleito final, Campos está 10 pontos atrás da petista, segundo o Datafolha, em votos válidos.

Adversários do PSB no Estado, mesmo em esferas ideológicas opostas ao PT, se juntaram Marília, que se fortaleceu na busca pelo voto conservador de Mendonça Filho (DEM) e Delegada Patrícia (Podemos), candidata apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro no primeiro turno. Ambos declararam neutralidade, mas o Podemos, o ex-ministro Armando Monteiro (PTB) e prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), aliados de Mendonça, pularam para o palanque da petista.

Mesmo sem voto declarado, o deputado Daniel Coelho (Cidadania), que coordenou a campanha da delegada, acena a Marília. “Do ponto de vista pessoal, a gente percebeu Marília com muito mais preparo para governar”, disse Coelho, após debate entre os primos.

Com Campos vitorioso, o plano A do PSB é lançar Geraldo Júlio para governador em 2022 e Câmara para o Senado. Em caso de derrota, o grupo político ligado a Armando Monteiro tentará assumir o protagonismo. No mês passado, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, primo do ex-ministro, solicitou a aposentadoria antecipada aos 72 anos, embora tivesse ainda mais três anos de mandato.

Os Monteiro poderão se articular com algum nome da nova geração de notáveis prefeitos pernambucanos: Anderson Ferreira (PL), reeleito em Jaboatão dos Guararapes com 54% dos votos, Raquel Lyra (PSDB), reconduzida ao cargo em Caruaru com 66,9% dos votos e Miguel Coelho (MDB), filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro no Senado. Coelho venceu com 76,2% dos votos em Petrolina.

Se ganhar, Marília não é descartada, mas até 2022 ela teria apenas dois anos de mandato e ficaria sem retaguarda para abrir mão do cargo. O seu vice é o advogado João Arnaldo (Psol).

Valor Econômico

 

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