Extrema-direita mundial teme derrota de Trump
Foto: Kevin Lamarque/Reuters
A madrugada de terça-feira para quarta será longa em muitas partes do mundo. Pelas diferentes capitais da Europa, Ásia e América Latina, grupos com distintas religiões e histórias acompanharão a apuração das eleições nos EUA como se fossem suas. E, para muitos desses segmentos da sociedade, de fato a eleição pode definir o rumo de seus movimentos, principalmente os grupos de extrema-direita e populistas.
Na Hungria ou Polônia, na sede dos partidos populistas da França, Espanha, Alemanha ou Itália, uma vitória de Trump confirmará suas agendas e os dará oxigênio em meio aos questionamentos. Para a Índia, Brasil ou Filipinas, o que está em jogo é uma estratégia populista-nacionalista.
Entre os europeus, há uma percepção de que o movimento de extrema-direita no continente não depende de Trump. Vários dos slogans usados pela Casa Branca, de fato, percorriam o submundo da política europeia desde os anos 70.
Mas a derrota do americano, ainda assim, os exigirá repensar estratégias e pode afetar até mesmo as fontes de recursos para pagar por campanhas e ataques virtuais. Acima de tudo, a percepção é de que o fim do governo Trump mandaria um sinal claro de que o movimento ultraconservador tem como ser freado e que mesmo a tática de proliferação de mentiras tem um limite.
Não por acaso, líderes populistas romperam nos últimos meses a tradição de não se envolver em eleições estrangeiras e saíram ao apoio de Trump. Os europeus não são os únicos. No governo Bolsonaro, na gestão de Duterte nas Filipinas ou na administração de Modi na Índia, o que estará em jogo nos EUA é muito mais do que a alternância de poder na maior economia do mundo.
Levantamentos e pesquisas de opinião revelaram que a covid-19 colocou sérias dúvidas em uma ampla parcela da população sobre a capacidade de líderes populistas de extrema-direita governarem. Agora, sem Trump, esses grupos não escondem que haveria uma sensação de estarem órfãos.
Não por acaso, a ordem desses governos é a de agir de forma deliberada para apoiar Trump ou mesmo ceder em seus interesses nacionais para ajudar o americano a conquistar votos. No caso do Brasil, Jair Bolsonaro passou a ser lidado pelo mundo como o maior cabo eleitoral do presidente americano.
Se sua imagem pelo mundo já está desgastada, o fim do mandato de Trump ampliaria seu isolamento e obrigaria o governo a ter de repensar suas estratégias de política externa.
Mas o brasileiro não é o único nessa posição. Para diplomatas europeus, uma derrota de Trump fortaleceria o posicionamento de governos como o de Angela Merkel, considerada como a democracia com o maior poder hoje de se contrapôr à ideologia de grupos populistas. Não por acaso, num recente discurso durante a campanha, Trump incluiu a Alemanha entre aqueles que querem ver sua derrubada.
“A China quer eu fora, o Irã quer eu fora, a Alemanha quer eu fora”, disse. Em Berlim, há uma percepção clara que uma nova relação terá de ser inaugurada com Washington. Mas uma vitória de Joe Biden poderia ajudar a frear grupos domésticos alemães, com fortes tendências populistas.
No início de setembro, quando esses grupos ameaçaram invadir o Parlamento alemão, a manifestação não apenas trazia símbolos da extrema-direita do país. Mas camisetas com a imagem do principal ídolo do grupo: Trump.
Redação com Uol
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