Falta estrutura a postos de saúde para vacinação

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Com o desenvolvimento das prováveis vacinas contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, especialistas e técnicos do Ministério da Saúde dimensionam a capacidade da estrutura brasileira de armazenar as doses. Reconhecido internacionalmente por manter uma programa de imunização eficiente, o país repensa como irá agir neste caso.

O Ministério da Saúde ainda não divulgou a totalidade do plano de imunização. Os pontos já conhecidos indicam que a pasta pretende começar o processo no início do próximo ano, quando o imunobiológico for aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O principal dilema é o armazenamento e a logística para preservar a qualidade das vacinas. É que esses produtos necessitam de temperaturas baixas. O exemplo mais extremo é a vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech: -70°C. Isso torna a distribuição mais complexa. A maior parcela das vacinas exigem armazenamento entre 2ºC e 8°C.

O Brasil tem mais de 10 mil postos de saúde. Porém, a estrutura deles é diferente entre grandes centros urbanos, áreas periféricas e regiões remotas. A estabilidade energética para manter freezers e geladeiras em funcionamento pode ser um problema.

Inicialmente, o Ministério da Saúde enviará as doses aos estados que farão a logística de distribuição em seus municípios. A distribuição será absorvida pela rede de frio nacional, no formato de campanha.

A capacidade dos estados em guardar e distribuir essas doses ainda é uma dúvida. “Algumas regiões do Norte e do Nordeste têm mais dificuldades com a rede de frios, ou seja, com as geladeiras para guardar esses insumos. Em 2010, na vacinação contra a pandemia da gripe H1N1, essas dificuldades foram notadas nos centros de saúde”, explica um técnico.

O médico infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), alerta que os postos de saúde não estão preparados para receberem produtos com grau de exigência elevado.

“No momento, as unidades de saúde brasileiras não estão preparadas. A maior parte das vacinas usadas na rotina ficam armazenadas em temperaturas que variam de 2 a 8ºC. Manter vacinas armazenadas abaixo de -70ºC é uma situação difícil até para países desenvolvidos”, explica.

Para ele, adaptações terão que ser feitas no produto. “As companhias farmacêuticas devem buscar soluções de adaptação da resistência da vacina a temperaturas mais altas”, pondera.

Médico e doutor em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Flávio Goulart se preocupa com a fragilidade de postos de saúde de regiões mais distantes e cidades mais pobres.

“De maneira geral, há uma rede de frio montada no país. O grande problema é a falta de energia, que afeta as cidades e regiões mais remotas, vide caso do Amapá. Idem nas zonas rurais. Fazendo uma brincadeira: onde uma empresa de sorvetes consegue levar seus picolés o estado tem obrigação de fazer chegar às vacinas”, critica.

Flávio ressalta que o ponto logística deve ser melhor debatido. Uma ressalva: ao indicar o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que essa é uma das especialidades do militar.

“Se não o faz é por má gestão de redes, como está acontecendo agora, por exemplo, com os testes de Covid-19 estocados no Ministério da Saúde”, conclui.

Segundo a primeira parte do Plano de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, o governo irá imunizar, “tão logo uma vacina segura seja disponibilizada”, os grupos com maior risco de desenvolver complicações e óbitos pela doença e as populações mais expostas ao vírus.

“O país, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), conta com grande expertise na realização de campanhas de vacinação e esse conhecimento, inclusive na logística, será utilizado na vacinação contra a Covid-19 – que seguirá os trâmites já realizados nas campanhas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS)”, defende, em nota.

Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia de imunização é construída com a ajuda da Anvisa, do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz, do Instituto Butantan, do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems).

Metrópoles

 

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