Presidente do Ibope prevê problemas para Covas
Foto: Ivo Gonzalez/Agência O Globo
O presidente do Ibope Inteligência, Carlos Augusto Montenegro, disse esperar uma abstenção maior no segundo turno das eleições, no domingo, em função da escalada no número de casos de covid-19 em todo o Brasil. Para Montenegro, o efeito direto disso será o favorecimento, nas urnas, dos candidatos com eleitorado mais jovem, faixa etária que deve ter o menor grau de ausência. Montenegro participou de painel online organizado no fim da tarde desta quinta-feira pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
“O segundo turno vai ver uma abstenção maior, naturalmente em função da pandemia, em que eleitores mais idosos terão receio de ficar doentes. Isso prejudica um tipo de candidato com eleitorado com faixa etária maior. Candidatos votados pelos mais jovens saem beneficiados, porque estes tendem a comparecer mais”, disse Montenegro.
Entre as grandes capitais, Montenegro afirmou que esse fenômeno pode pesar mais em São Paulo, onde os mais jovens estão concentrados no eleitorado de Guilherme Boulos (Psol), enquanto os mais idosos votariam em Bruno Covas (PSDB). “Acho que isso não vai chegar ao limite de uma mudança de resultado, mas pode tornar a disputa mais emocionante, aproximar [as votações]”, afirmou. De acordo com o último levantamento do Ibope, Covas tem 47% das intenções de voto, enquanto Boulos tem 37%.
Questionado especificamente sobre a segunda etapa das eleições no Rio de Janeiro, entre Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos), Montenegro disse que a disciplina do voto evangélico face ao recrudescimento da pandemia pode sim encurtar a distância entre as votações dos dois candidatos, mas que a reversão de um resultado favorável a Paes é “quase impossível”. Segundo o Ibope, Paes tem 65% das intenções de voto, enquanto Crivella tem 35%.
Montenegro reiterou que a eleição municipal desse ano tem sido marcada e decidida pelo debate sobre gestão e não devem ser nacionalizadas de forma alguma. “Os polemistas falaram para as paredes, as pessoas estão preocupadas com o futuro de suas cidades, não estão pensando em 2022. A eleição de 2022, isso as pessoas vão ver depois”, disse ele.
O presidente do Ibope avalia que esse caráter local das eleições é o que tem permitido, por exemplo, a boa performance de Boulos em São Paulo. Ele disse que o candidato do Psol promove campanha eficiente ao focar aspectos de gestão em vez de tentar nacionalizar o processo ou tratar a disputa como uma discussão de espectro político. No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella tem tentado intensamente se associar ao presidente Jair Bolsonaro em suas inserções de rádio e televisão.
“Em São Paulo, as pessoas estão escolhendo entre a continuidade da gestão do Bruno Covas, que é um gestor, versus uma possível gestão do Guilherme Boulos. Não tem nada a ver com o Doria ou com o Bolsonaro”, disse. Para Montenegro, Boulos ocupou o espaço do PT na capital paulista “de forma muito inteligente” e faz uma campanha que cria “um fato politico importante para o futuro” ao disputar, com chances de vitória, uma eleição que é uma vitrine para todo o país.
O presidente do Ibope afirmou que as pesquisas de intenção de votos deste ano acertaram em seus prognósticos para o primeiro turno, comprovando a tese sobre o julgamento das administrações locais pelo eleitor. “Isso aconteceu em cidades importantes, como Belo Horizonte, Salvador, Curitiba Florianópolis, onde os ocupantes da prefeitura ou seus candidatos foram bem avaliados e conduzidos aos quatro anos de mandato”, disse.
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