SP terá Câmara mais à esquerda

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Foto: André Bueno/CMSP

Bruno Covas iniciará o novo mandato com aliados de longa data, mas pode esperar relação desafiadora com vereadores.

A oposição a seu governo se fortaleceu dentro e fora da Câmara, e o prefeito encontrará uma legislatura mais heterogênea: aumentou a presença de negros e mulheres, diminuiu a idade média dos eleitos e, pela primeira vez, a casa recebe dois vereadores transexuais e dois mandatos coletivos, um feminista e outro voltado às questões da classe trabalhadora negra, ambos do PSOL, que aumentou sua bancada de dois para seis vereadores.

Covas tem, hoje, maioria na Câmara, com apoio de cerca de 31 dos 55 vereadores. A maioria dos projetos exige quórum qualificado de 37 vereadores. Cerca de 25 reeleitos são da base de apoio declarada de Covas. Para garantir o apoio dos demais, o prefeito deve continuar dialogando com a oposição e articulando nomes de siglas aliadas para as subprefeituras e secretarias.

Apesar de não ter antecipado nomes do novo secretariado, Covas deve manter nomes fortes atuais e velhos parceiros de PSDB: Bruno Caetano (Educação), Alexandre Modonezi (Prefeituras regionais) e Cesar Azevedo (Licenciamento). Ele também se cerca de quadros históricos. O secretário municipal de Governo, Rubens Rizek, trabalhou com seu avô. Edson Aparecido (Saúde) é dos quadros mais antigos do PSDB. Outra carta na manga é a ex-prefeita Marta Suplicy (Solidariedade), que governou a cidade de 2000 a 2004 e é popular nas periferias. Covas e Marta se aproximaram na campanha do tucano.

Bruno Caetano (Educação)
Amigo de longa data de Covas, foi o terceiro nome a assumir a pasta da Educação no mandato de João Doria/Bruno Covas. Sucedeu Alexandre Schneider e João Cury Neto, condenado em segunda instância por improbidade administrativa. Dirigiu o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae) em São Paulo, foi secretário estadual de Comunicação na gestão Serra e assessor especial de Covas na coordenação de projetos estratégicos. Na campanha, foi acusado de espalhar fake news contra candidato da oposição, em mensagens de áudio vazadas.

Alexandre Modonezi (Subprefeituras)
Filósofo, foi subprefeito da Vila Mariana entre 2008 e 2009, coordenador da Secretaria Municipal das Subprefeituras e Diretor Administrativo do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM) entre 2009 e 2011. Também atuou como chefe de gabinete na secretaria estadual de Energia, coordenou a unidade responsável pelas parcerias público-privadas estaduais, até 2012, e dirigiu o Procon-SP. Entre 2015 e 2018, atuou como assessor, chefe de gabinete e secretário adjunto de pastas diversas, até assumir as Subprefeituras em 2018.

Edson Aparecido (Saúde)
Historiador, Edson Aparecido foi um dos fundadores do PSDB e assessor chefe do governo Fernando Henrique Cardoso durante as privatizações do setor de telecomunicações. Foi deputado federal e estadual por quatro mandatos, secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano e chefiou a Casa Civil do Estado na gestão Alckmin. Em 2017, tornou-se um dos diretores da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) e hoje está à frente da pasta da Saúde.

Rubens Rizek (Governo)
Advogado, administrador e professor universitário, Rubens Rizek trabalhou com Mario Covas, ex-governador de São Paulo e avô de Bruno Covas. Atuou nas secretarias estaduais de Meio Ambiente e Agricultura, na corregedoria do estado e como presidente do Conselho de Administração da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA). Também foi Secretário de Justiça.

O Globo

 

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