Trump vence no Alasca e nada muda
Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS
Projeções de veículos de imprensa nos EUA apontaram que o presidente Donald Trump foi o vencedor no estado do Alasca, confimando uma tendência histórica: desde 1960, um ano depois de se tornar um estado americano, apenas um democrata, Lyndon Johnson, venceu por ali. Com o resultado, confirmado na tarde desta quarta-feira pelo New York Times e, antes, pela CNN, o republicano chegou a 217 votos no Colégio Eleitoral, o que não muda o quadro da vitória de Joe Biden, que tem 279 votos, nove a mais do que o necessário.
Ao contrário de locais conquistados pelo democrata, não houve acusações de fraude feitas por Trump no Alasca.
Mais cedo, foi confirmada a vitória do senador republicano Dan Sullivan no estado. Somada à conquista de Thom Tills na Carolina do Norte, a legenda do presidente chegou à marca de 50 cadeiras no Senado, metade do total, enquanto os democratas possuem 48. As duas posições restantes serão definidas em segundo turno na Geórgia. Caso os dois partidos fiquem com 50 cadeiras cada, o voto de Minerva será da vice-presidente eleita, Kamala Harris, oficialmente a presidente da Casa.
As disputas ainda estão indefinidas no Arizona, Geórgia e Carolina do Norte. Nos dois primeiros a liderança é de Biden. Na Carolina do Norte, Trump lidera, mas há chance de uma virada do democrata.
Nesta quarta-feira, o presidente apareceu em público pela primeira vez desde a declaração da vitória de Joe Biden: ele participou de uma cerimônia em homenagem ao Dia dos Veteranos, no cemitério de Arlington, na Virginia. Ele não fez declarações no evento.
Ainda sem qualquer sinal de que pretenda reconhecer sua derrota, Donald Trump segue com sua estratégia de questionar os resultados das urnas, apontando uma série de eventuais fraudes, mesmo sem apresentar qualquer evidência de irregularidades.
Nesta quarta-feira, o New York Times publicou o resultado de uma longa apuração envolvendo representantes dos cinquenta estados, na qual as autoridades dizem não ter encontrado qualquer sinal de problemas graves que possam interferir nos números definitivos.
Uma das apostas do republicano é entrar com pedidos de recontagem em locais onde foi derrotado por pequena margem. Na Geórgia a nova contagem das cédulas foi anunciada nesta quarta-feira pelo secretário de Estado, mas a vantagem de Biden supera os 12 mil votos, e dificilmente será revertida.
— Matematicamente, você precisa fazer uma recontagem manual porque a margem é muito pequena. Queremos começar antes do fim da semana — declarou o secretário de Estado, Brad Raffensperger.
A próxima recontagem deve ocorrer em Wisconsin, conquistado por Trump em 2016 mas vencido por Biden na semana passada. A diferença entre os dois, de 20 mil votos, ou menos de 1 ponto percentual, permite que seja feito um pedido do tipo, mas as chances de grandes alterações são pequenas. Em 2016, por exemplo, a candidata do Partido Verde, Jill Stein, pagou os US$ 3,5 milhões necessários para recontar as cédulas, resultando em 713 votos a mais para a democrata Hillary Clinton e 844 a mais para Trump — a diferença entre os dois era de pouco mais de 22 mil votos.
No Arizona, a margem para uma recontagem é de 0,1 ponto percentual, e a diferença entre os candidatos é de 0,4 ponto percentual, com poucos votos a serem contados. Já na Geórgia a recontagem automática foi anunciada nesta quarta-feira pelo secretário de Estado, mas a vantagem de Biden supera os 12 mil votos, e dificilmente será revertida.
Em outra frente, a dos tribunais, advogados da campanha do presidente anunciaram uma ação no estado do Michigan, vencido por Biden, tentando impedir a certificação dos resultados. Eles alegam que os observadores do partido sofreram assédio e não tiveram acesso ao processo de contagem — para eles, isso não permite garantir que todas as cédulas foram registradas de forma correta. O argumento é similar ao de outras ações em estados onde Trump foi derrotado.
Um porta-voz do governo local criticou a ação:
“Isso não muda a verdade: as eleições de Michigan foram conduzidas de maneira justa, segura e transparente e os resultados são um reflexo preciso da vontade do povo”, disse Jake Rollow. Ali, a liderança de Biden é de quase 150 mil votos.
Até o momento, a campanha acumula derrotas em processos na Pensilvânia, Nevada, Geórgia, and Michigan. Em quase todos os casos, os tribunais questionaram sobre a falta de evidências de fraude ou de que seus observadores, que não possuem um papel oficial no processo eleitoral, tenham sido impedidos de acompanhar a contagem.
Analistas e pessoas próximas das lideranças republicanas apontam que os advogados sabem que possuem chances quase nulas de vitória — na prática, o objetivo seria mobilizar a base e tumultuar o máximo possível a transição de poder.
“É só barulho”, afirmou ao site Politico um ex-assessor da campanha. Outro entrevistado pela reportagem, Ned Foley, diretor de Lei Eleitoral na Universidade do Estado de Ohio, afirma que eles “estão processando apenas pelo ato de processar”:
“Não me parece uma estratégia feita para vencer no tribunal”, declarou.
Se a hipótese de mobilização da base for real, ela está dando certo: segundo pesquisa do Politico, 70% dos republicanos dizem acreditar que a eleição não foi nem livre nem justa. Além disso, boa parte do partido está com Trump nas alegações de fraude, mesmo sem qualquer prova.
Do lado democrata, vale ressaltar o protagonismo de um nome que, até pouco tempo, era apontado como inimigo mortal do partido: o advogado Ben Ginsberg, uma das fiiguras centrais do processo que levou até a Suprema Corte a eleição presidencial de 2000, vencida por George Bush por cerca de 500 votos após uma longa batalha legal. Ele ainda atuou nos bastidores em uma disputa interna da sigla, que tinha como alvo o então candidato John Kerry, em 2004.
Agora, aparece em programas de TV e editoriais na imprensa atacando a tentativa do presidente de questionar a derota na Justiça, mesmo diante de uma derrota clara.
“O fato do presidente dos EUA, líder do mundo livre e do Partido Republicano, fazer acusações completamente infundadas sobre nossas eleições estarem sendo fraudadas não é algo correto”, afirmou, em entrevista à Bloomberg.
Ginsberg ainda se declara republicano, mas afirmou em editorial publicado no Washington Post, domingo passado, que seu partido estava “se autodestruindo no altar de Trump”.
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