TSE conseguiu diminuir uso de robôs nas eleições
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE
A poucos dias do primeiro turno das eleições municipais, os perfis supostamente automatizados, ou robôs, usados para promover ou criticar candidatos nas redes sociais, mostram-se mais tímidos em relação aos pleitos de 2016 e 2018, conforme o levantamento feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Dapp) com exclusividade ao Valor.
A análise, realizada entre os dias 1º e 8 de novembro, com foco no Twitter, identificou 76 perfis supostamente automatizados referentes às eleições do Rio de Janeiro e 133 ligados à disputa em São Paulo, com foco em críticas aos candidatos Eduardo Paes (DEM) e Bruno Covas (PSDB), respectivamente. Paes, ex-prefeito do Rio, e Covas, atual prefeito de São Paulo lideram as pesquisas nas duas capitais.
Dos 124,9 mil posts com menções diretas às eleições do Rio, os supostos perfis falsos foram responsáveis por 1.918 compartilhamentos no Twitter, ou 1,5% do total de posts. Em São Paulo, os 133 perfis suspeitos compartilharam 2.217 posts, na primeira semana de novembro.
Entre as razões para o uso menos acentuado de perfis supostamente automatizados nesta eleição, Marco Aurélio Ruediger, coordenador do FGV-Dapp, destaca o melhor posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre limites das campanhas eleitorais nas redes. Além disso, ele destaca também a discussão sobre controle e regulação de abusos virtuais, resultante da Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde 18 de setembro, e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que investiga a propagação coordenada de notícias falsas nas redes sociais como outros fatores inibidores. Outro ponto citado pelo especialista é a ação mais pró-ativa de algumas plataformas.
Ruediger não descarta, entretanto, que os perfis-robô ganhem força nas praças que disputarão o segundo turno. Segundo ele, pode haver “a necessidade de operadores em guardar munição para o turno onde hajam candidatos e cidades que realmente têm significância para 2022”.
O levantamento da FGV- Dapp aponta que Eduardo Paes é citado diretamente, de forma negativa, em 44 publicações replicadas por robôs, em especial a partir do grupo de centro-esquerda, sendo alvo de 30% das publicações de conotação negativa nas redes.
A candidata Martha Rocha (PDT) vem em segundo lugar, citada em 8% das críticas, com 16 menções, principalmente por bases de esquerda. Por outro lado, Martha é citada em 174 postagens automatizadas favoráveis à sua campanha. Em terceiro está o candidato Marcelo Crivella (Republicanos), alvo de 6% ou 8% das menções negativas diretas vindas de perfis supostamente automatizados. Benedita da Silva (PT), aparece em quarto lugar, foco de 1% das menções negativas em 6 posts. A candidata é destaque também em 873 postagens de apoio partindo de perfis com atividade semelhante à de robôs retuitando posts de sua conta oficial.
Entre os termos mais citados em posts críticos aos candidatos no Twitter destacam-se as palavras ‘Covas’, em terceiro lugar, com 1.608 menções de oposição à escolha do candidato do PSDB de São Paulo e ao candidato Crivella, no Rio. ‘Martha Rocha’ aparece em quinto lugar com 1.314 posts críticos e o décimo termo mais citado é ‘Eduardo Paes e Lindberg’, em perfis que disseminam uma notícia publicada em julho do ano passado, de que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral alega ter mediado propina para Eduardo Paes e o ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Entre os perfis suspeitos de automação, em São Paulo, a maior parte – 12 perfis com 1.239 interações – tem como alvo Bruno Covas. “As postagens buscam associar negativamente a candidatura do atual prefeito ao governador João Doria. Esse mesmo grupo tenta, também, alavancar a candidatura de Celso Russomanno (Republicanos-SP), com mensagens elogiosas ao candidato”, afirma a FGV-Dapp.
A dispersão das campanhas entre diferentes redes sociais, incluindo WhatsApp e Youtube, também dificulta a identificação de perfis suspeitos, segundo a FGV-Dapp, mas seguem sendo relevantes na execução de ataques a candidatos. “O uso de bots inclui estratégias em constante evolução que, muitas vezes, operam de maneira bastante sofisticada”, explicam os pesquisadores.
Algumas dicas podem ajudar o eleitor a suspeitar de contas que não sejam autênticas. Os especialistas da FGV-Dapp recomendam desconfiar de perfis que não têm foto, que foram criados há pouco tempo, mas já possuem grande volume de postagens, e que postam 24 horas por dia, sem interrupção.
Outros indícios são perfis monotemáticos, que não aparentam ter seguidores ou engajamento com perfis reais (com foto, nome e que falem sobre vários assuntos), bem como perfis que apenas compartilham posts.
O Twitter reforça que a identificação de perfis falsos vai além da determinação de que se trata, ou não, de um robô, e parte para “uma avaliação holística de seu comportamento quando há suspeita de envolvimento em tentativas de manipular o debate”.
A empresa informa usar tando tecnologia, incluindo aprendizado de máquina, na identificação de perfis suspeitos, como as denúncias de usuários da rede. “Se comprovamos que há violação à nossa política contra spam e manipulação da plataforma, tomamos as medidas cabíveis”.
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