Começa votação no Colégio Eleitoral norte-americano

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Foto: ANGELA WEISS / AFP

Os delegados escolhidos pelos 50 estados americanos estão se reunindo, nesta segunda-feira, para votar oficialmente no novo presidente dos Estados Unidos. O processo, que geralmente é uma mera formalidade, ganhou os holofotes em meio à recusa do presidente Donald Trump a reconhecer sua derrota e o temor de violência em estados-chave nos quais Joe Biden venceu.

Durante o último mês, Trump e seus aliados travaram uma ofensiva judicial maciçamente fracassada para reverter o triunfo de Biden nos tribunais, afirmando sem qualquer embasamento terem sido vítimas de fraude eleitoral. A derrota mais significativa veio na sexta, quando a Suprema Corte se recusou a nem sequer examinar um processo para anular o voto popular em quatro estados-chave nos quais o democrata venceu.

A tendência é que, ao fim desta segunda, Biden ponha mais uma vitória em sua conta. Ainda assim, vários estados reforçaram a segurança dos delegados ao Colégio Eleitoral, com medo de violência.

Em Michigan, “ameaças críveis de violência” levaram o governo estadual a fechar todos os seus prédios legislativos, incluindo o Capitólio, onde acontece a reunião desta segunda. Os 16 delegados do estado, entre eles um aposentado de 96 anos, terão escolta policial. No Arizona, o encontro acontecerá em um local não divulgado.

Os delegados, que votam por cédulas de papel, começaram a se reunir em locais escolhidos pelos Legislativos estaduais ao meio-dia, horário de Brasília, em Indiana, New Hampshire, Tennessee e Vermont. Nos disputados Geórgia, Wisconsin, Michigan, Arizona e Pensilvânia, focos da contestação de Trump, as reuniões vão acontecer durante a tarde.

Biden, no entanto, deve atravessar a marca dos 270 votos apenas no fim do dia, já que os 55 delegados da populosa Califórnia só se reunirão a partir das 19h, horário de Brasília.

Ao contrário do que acontece no Brasil, o sistema eleitoral americano é indireto. Na prática, a população vai às urnas escolher qual candidato carregará os todos votos de seu estado no Colégio Eleitoral, definidos de acordo com a população de cada unidade federativa. Para que seja eleito, um candidato precisa de ao menos 270 dos 538 delegados. Na eleição encerrada em 3 de novembro, Biden obteve 306 delegados, contra 232 de Trump.

Em 33 estados e no Distrito de Columbia, onde fica a capital Washington, os delegados são legalmente obrigados a votar nos candidatos escolhidos pela maioria do voto popular. Nos outros 17, os delegados podem escolher quem desejarem, mas como as delegações são habitualmente escolhidas pelas seções estaduais dos partidos vencedores, não deverá haver grandes surpresas: a noite deve terminar com mais uma vitória democrata.

Se o voto é habitualmente simbólico, os desafios impostos por Trump à lisura do processo mudam a lógica. Sem sucesso, o presidente chegou até a tentar convencer Legislativos republicanos a substituir delegações democratas por representantes pró-Trump em estados onde Biden venceu. Salvo exceções, a retórica tem adesão da alta cúpula republicana no Congresso, o que alimenta a confiança de eleitores do partido nas alegações falsas. No sábado, milhares de americanos pró-Trump marcharam em Washington e em sete capitais, com diversos relatos de violência.

Michigan é um dos exemplos principais desta ira e da polarização americana. O estado do Meio-Oeste, antigo berço da decadente indústria automobilística americana, foi essencial para a vitória de Trump em 2016, tomando antigos redutos democratas no Cinturão da Ferrugem. Neste ano, no entanto, Biden venceu por mais de 154 mil votos.

Em abril, manifestantes de extrema direita tomaram a sede do Legislativo estadual com rifles, gritando contra as medidas de distanciamento impostas pela governadora democrata, Gretchen Whitmer, para conter a pandemia de Covid-19. Meses depois, a dias da eleição, o FBI desmantelou planos de alguns destes mesmos manifestantes para sequestrar a governadora.

As autoridades não divulgaram o teor das ameaças que levaram ao incremento da vigilância nesta segunda. Ao Washington Post, o Gabinete do líder do Senado Estadual, o republicano Mike Shirley, disse que não se trata apenas do temor de protestos, mas de ameaças significativas.

— É terrível quando essas coisas são usadas para intimidar pessoas — disse Bobbie Walton, de 84 anos, um ativista político do estado que será delegado pela primeira vez nesta segunda, ao New York Times. — Eu talvez precise usar uma das minhas camisetas favoritas: “Não empurre, eu sou idoso”.

Um deputado estadual de Michigan, Gary Eisen, foi afastado das comissões legislativas das quais fazia parte pelos líderes republicanos na Câmara local após sugerir que poderia haver violência caso os delegados votassem em Biden. Segundo Lee Chatfield, o presidente da Casa, os representantes eleitos devem saber que “a violência não tem lugar no nosso processo democrático”.

Em Wisconsin, onde horas antes da reunião do Colégio Eleitoral a Suprema Corte estadual rejeitou pela segunda vez neste mês uma tentativa da campanha de Trump de anular 200 mil votos legais, os delegados receberam novos protocolos de segurança e instruções de como deixar o Capitólio em caso de protestos. Os dez representantes, nas últimas semanas, receberam enxurradas de mensagens em suas redes sociais de eleitores republicanos pedindo para que não votassem em Biden. Buscando evitar aglomerações e provar a transparência do processo, a maior parte dos estados planeja transmitir ao vivo a reunião de seus delegados.

O Globo 

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