Maia diz que Bolsonaro abandonará liberalismo econômico para eleger Lira

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Foto: NAJARA ARAUJO/AGÊNCIA CÂMARA

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou guerra ao governo de Jair Bolsonaro e acusou o Palácio do Planalto de trabalhar para derrotá-lo. A menos de dois meses do término de seu mandato à frente da Casa, Maia disse que o governo vai “jogar pesado” para eleger o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) como seu sucessor e estaria disposto até mesmo a “rasgar o próprio discurso” econômico – com apoio de Bolsonaro, Lira lançou candidatura à presidência da Câmara nesta quarta-feira, 9.

“O governo está desesperado para tomar conta da presidência da Câmara, para desorganizar de uma vez por todas a agenda do meio ambiente, para flexibilizar a venda e entrega de armas neste País, entre outras agendas que desrespeitam a sociedade brasileira e as minorias”, afirmou Maia. “A gente sabe que o governo vai rasgar o seu próprio discurso para derrotar o presidente da Câmara e jogar pesado para eleger o seu candidato”.

A eleição para o comando da Câmara e do Senado está marcada para fevereiro de 2021. Em busca de apoio para o nome que ainda irá escolher para disputar sua cadeira, Maia fez questão de carimbar Lira como “candidato do Bolsonaro”. O objetivo da estratégia é impedir que a oposição avalize a candidatura do rival. As declarações de Maia foram feitas pouco antes de Lira lançar oficialmente seu nome na disputa.

Líder do Centrão, Lira deve rivalizar com um nome aliado de Maia. Durante o lançamento de sua candidatura, Lira tentou imprimir a marca de um político que ouve todos os lados. Ele liderou a bancada do partido por seis vezes no Congresso e foi também presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “A voz do deputado tem de ser ouvida”, disse.

Desde domingo, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu barrar a possibilidade de recondução de Maia ao comando da Câmara e de Davi Alcolumbre (DEM-AP) à presidência do Senado, as negociações entre os partidos se intensificaram e o Planalto entrou no jogo com mais “tinta na caneta”. Além de mudanças na equipe, como a iniciada nesta quarta-feira com a demissão de Marcelo Álvaro Antônio no Ministério do Turismo, a liberação de parte das emendas parlamentares está condicionada ao apoio a Lira.

Maia lembrou, porém, que a toda ação corresponde uma reação e, dependendo de como a articulação política do governo “operar” a eleição para a presidência da Câmara, a oposição pode passar dos atuais 130 deputados para 230. “Para que o presidente quer interferir no processo? Ele precisa de um presidente da Câmara patrocinado por ele para que possa avançar em outras pautas”, argumentou Maia, citando a agenda de costumes. “Discordo e não pautei”, disse.

A ideia de Maia é lançar um candidato com apoio de um bloco formado por DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PSL, PROS e partidos de oposição. São cotados os deputados Elmar Nascimento (DEM-BA), Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). O vice-presidente da Câmara Marcos Pereira (Republicanos-SP) também é pré-candidato, mas decidiu deixar esse bloco porque acha que Maia não irá apoiá-lo. Ribeiro, por sua vez, é do mesmo partido de Lira. Há negociações para que, caso ele seja candidato e se eleja, deixe o Progressistas e se filie ao PSL, que pode se fundir com o DEM.

Maia criticou o que chamou de falta de compromisso do governo com a vacinação contra o coronavírus e mais uma vez expôs as divergências com a equipe econômica conduzida por Paulo Guedes. “Acho não tem pauta, acho que não tem agenda. Não tem agenda para vacina, não tem agenda para os mais pobres, não tem agenda para a recuperação econômica, para a geração de empregos”, atacou o presidente da Câmara. “Tem muita promessa. Você consegue fazer um livro com três volumes das promessas que a equipe econômica fez e não botou de pé nenhuma até hoje”.

Maia citou medidas de ajuste fiscal, que até agora não foram votadas, e adotou tom irônico ao mencionar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) destinada a regulamentar “gatilhos” que serão acionados caso haja ameaça ao limite de despesas do Orçamento. A proposta começou a tramitar pelo Senado. “Estou pensando, para dar um alerta ao governo, em trazer um bolo amanhã para comemorar um ano da promessa de votar a PEC Emergencial no Senado”, disse ele.

Logo depois, afirmou que não vai pautar a prorrogação da PEC do orçamento de guerra nem do decreto de calamidade pública. As duas medidas, que valem apenas para este ano, liberaram o governo do cumprimento das metas do orçamento em razão da pandemia. “O governo que trabalhe para organizar seu orçamento dentro das regras fiscais”, declarou.

O deputado admitiu, no entanto, que a aprovação da PEC Emergencial é fundamental para que seja possível votar o Orçamento do ano que vem. “O Orçamento de 2021 só poderá ser aprovado depois que a PEC emergencial for promulgada”, destacou, comprometendo-se a convocar sessões de votação em janeiro, caso a proposta seja aprovada.

Ao se declarar “perplexo” com a decisão do governo de isentar os impostos de importação sobre a compra de armas e pistolas, Maia observou que a sociedade está em “pânico” com o aumento de casos e mortes decorrentes da covid-19. Os ataques não pararam aí: ele destacou que até agora ninguém sabe se haverá vacina nem qual a posição do governo sobre o assunto.

“No momento em que falamos em vacinas, o governo isenta a compra de armas”, afirmou o presidente da Câmara. “Fico perplexo com a falta de sensibilidade do governo”.

Em decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU), o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior reduziu de 20% para zero a alíquota do Imposto de Importação de revólveres e pistolas a partir do dia 1º de janeiro de 2021.

Estadão 

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