Moro planeja impeachment de Bolsonaro
“Isso aí vai dar em impeachment”, disse um general quando o filho Zero Dois de Bolsonaro tentou instalar uma Abin paralela dentro do Palácio do Planalto. Isso explica medidas que Sergio Moro acaba de tomar na esperança de fazer esse caso “bombar”.
Muitos perguntam se o indicado de Bolsonaro ao STF, Kassio Marques, integrante da 2a turma, que será um dos julgadores suspeição do ex-juiz Sergio Moro para julgar Lula, votaria contra o ex-juiz ou contra o ex-presidente.
Se se levar em conta que Bolsonaro não fez, até aqui, uma só nomeação ou indicação que não seja com o fim de aparelhar os órgãos de Estado, sobretudo aqueles que podem condená-lo ou absolvê-lo, como a Procuradoria Geral da República ou a Polícia Federal, fica fácil entender que os indícios que Kássio Marques vem dando de que optará por Lula se coadunam com a escolha de Bolsonaro, que, entre Lula e Moro, odeia e teme muito mais o ex-juiz porque sabe que este planeja vê-lo atrás das grades – mesmo tendo sido seu cúmplice.
Bolsonaro tem razões para estar preocupado. E, como sempre, os problemas vêm de seus filhos.
Carlos já havia chegado a montar a equipe que comporia a ABin paralela. Seriam três policiais federais que, chefiados pelo delegado Alexandre Ramagem, teriam a função de proteger Bolsonaro de “esquerdistas infiltrados no palácio”.
Partiu do general Valério Stumpf o primeiro alerta sobre a falta de cabimento da iniciativa. Então secretário executivo do GSI lembrou que o plano do Zero Dois atropelava tanto o Gabinete de Segurança Institucional (o GSI) quanto a Abin (responsável por levantar dados sobre os servidores do governo).
Em janeiro de 2019, primeiro mês do governo Bolsonaro, a ideia da Abin paralela foi descartada pelo general Augusto Heleno, ministro do GSI.
O caso é tão grave que ministra Cármen Lúcia determinou que a PGR investigue o aparelhamento da Abin pelos Bolsonaro
Tudo isso se conecta com a erupção de um escândalo envolvendo justamente a Abin. Na semana passada, a revista Época revelou que a Abin enviou relatórios para a advogada de Flávio Bolsonaro com a finalidade de ajudá-la a livrar seu cliente das malhas da Justiça anulando a ação da “rachadinha”.
Eis, porém, que uma outra publicação entra em campo com novas e exclusivas denúncias que têm uma digital muito clara. A revista Crusoé pertence ao site O Antagonista, ligado umbilicalmente a Sergio Moro.
No mesmo dia, a defesa de Sergio Moro pede ao Supremo a realização de novo depoimento do diretor-geral Abin, Alexandre Ramagem.
O caso Abin vai longe não só pela gravidade, mas porque Sergio Moro está empenhado, pessoalmente, em tornar esse escândalo o motor da derrubada de Bolsonaro. Enquanto isso, Bolsonaro prepara a suspeição de Moro no STF.
Que se matem