Alianças no Senado terminam em 2022

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Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 8.ago.2019

A aliança entre DEM, PP, PSD e Republicanos em torno da disputa ao comando do Senado, reproduzindo a coligação que marchou com o PSDB na última eleição presidencial, não deve se repetir em 2022.

Com projetos de poder distintos, a dissolução desse bloco está no horizonte: o PP já manifestou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro, o DEM articula um bloco com MDB e PSDB, enquanto o PSD fala em lançar pela primeira vez uma candidatura própria à presidência da República.

Em 2018, o apoio do DEM à candidatura presidencial do tucano Geraldo Alckmin implicou como contrapartida os votos da bancada do PSDB à recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara em 2019. Desta vez, entretanto, apesar das avaliações de que a eleição para as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado equivale a uma prévia da sucessão presidencial, as principais lideranças dos partidos que protagonizam o pleito rechaçam essa interpretação, e afirmam que a aliança é pontual.

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que já se comprometeu com o palanque de Bolsonaro, disse ao Valor que as negociações do grupo não abrangem 2022. No entanto, ele pondera que a união dos partidos na disputa pelo comando do Senado “é uma boa sinalização, um bom diálogo”. Para Nogueira, se os candidatos apoiados pelo bloco vencerem o pleito, esse resultado facilitará a evolução das conversas em relação à sucessão presidencial. “Vou trabalhar para isso”, adiantou.

DEM, PSD, PP e Republicanos uniram-se formalmente em torno da candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado. A postulação de Pacheco é o resultado do esforço do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), impedido de tentar se reeleger, a preservar a cadeira na cota do DEM, que se viu diante do risco de perder, em uma tacada, a direção das duas Casas.

Na Câmara, o bloco oficial em torno da postulação do deputado Arthur Lira (PP-AL) reúne PP, PSD e Republicanos. O DEM aparece do outro lado, oficialmente, no bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), capitaneado por Rodrigo Maia. Mas a bancada rachou, e alguns deputados seguiram o ex-líder do DEM Elmar Nascimento (BA) na adesão à candidatura de Lira.

O DEM colocou sobre a mesa de negociações que a prioridade da sigla é eleger o presidente do Senado. Por isso, as direções nacionais de DEM e PP fizeram um acerto: em troca do apoio do PP no Senado, o DEM fez um pacto de não agressão a Lira na Câmara.

Um interlocutor do presidente nacional do DEM, ACM Neto, argumenta que a postura da sigla não poderia ser outra, até porque, no Senado, o MDB é o principal adversário de Pacheco. Em contrapartida, o PP não poderia exigir que o DEM se desligasse do bloco de apoio a Baleia na Câmara, porque seria um desgaste insuportável para Maia.

Este aliado de ACM Neto relata que o diálogo do DEM com outras legendas, voltado para 2022, está mais afinado com MDB, Cidadania e Podemos. Segundo esta fonte, Republicanos também estaria no radar do grupo.

O PSDB também integra esse movimento, mas o sentimento entre os participantes do grupo é de que os tucanos devem participar de espírito aberto, com a disposição de apoiarem ou serem apoiados. Segundo esta fonte, a eventual candidatura presidencial do governador de São Paulo, João Doria, não poderá ser imposta ao bloco.

Esse grupo sonha com a candidatura presidencial de Luciano Huck, o qual, segundo interlocutores do apresentador de TV, “quer ser candidato”, mas só vai se posicionar no fim deste ano. A avaliação nesse grupo de partidos quanto ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro é de que ele hoje é carta fora do trabalho.

Se não quiser se unir ao PP no palanque de Bolsonaro, ACM Neto terá de administrar a dissidência interna, porque ao menos os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, e de Mato Grosso, Mauro Mendes, que tentarão a reeleição, gostariam de ter o presidente em seus respectivos palanques em 2022.

Nesse jogo, o PSD começou a ensaiar um voo solo em 2022, impulsionado pelo resultado das eleições municipais. Ao eleger 655 prefeitos, a sigla fundada pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab em 2011 se tornou a terceira com o maior número de prefeituras, atrás apenas de MDB e PP.

A vitrine do PSD foi a reeleição do prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil, no primeiro turno, com 63,3% dos votos válidos – a segunda votação mais expressiva do país, atrás apenas do novo prefeito de Salvador (BA), Bruno Reis (DEM).

A proeza alçou Kalil ao posto de favorito para o governo de Minas Gerais em 2022. Favoritismo que transformou em determinante o apoio do PSD à candidatura de Pacheco ao Senado, porque o postulante do DEM ao comando da Casa é igualmente pré-candidato ao governo mineiro.

No acordo que selou o apoio do PSD ao DEM no Senado – e que não é admitido por nenhum dos dois lados – Pacheco retira a pré-candidatura ao governo mineiro. E se derrotar Simone Tebet (MDB), é provável que o PSD apoie sua tentativa de reeleição para o cargo em 2023.

Nas conversas com interlocutores, Kassab coloca dois nomes sobre a mesa para representar o partido na corrida presidencial: o governador do Paraná, Ratinho Jr., e o senador Otto Alencar (BA).

O presidente do Republicanos e primeiro vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), disse ao Valor que as alianças entre as quatro legendas que miram a eleição de Rodrigo Pacheco no Senado e Arthur Lira na Câmara são pontuais, e que em nenhum momento discutiu com os demais partidos a reedição do bloco em 2022.

Valor Econômico

 

 

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