Após Baleia prometer analisar impeachment, Lira se cala

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Foto: Dida Sampaio/Estadão

Mesmo com o aumento de protestos a favor do impeachment de Jair Bolsonaro pelo País, o candidato ao comando da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), evitou comentar a possibilidade de o movimento ganhar força no Congresso. O líder do Centrão conta com o apoio do Palácio do Planalto para a eleição, marcada para o dia 1º de fevereiro.

“Sempre respeitei as posições do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ele esteve aí cinco anos, com 57 pedidos de impeachment na sua gestão. Se ele não abriu nenhum é porque ele não viu motivos, e essa pauta, mais uma vez eu digo, não é para discussão de teses. Então, não tocarei nesse assunto enquanto for candidato. O presidente da Câmara é Rodrigo Maia e só cabe a ele discutir esses assuntos”, disse Lira nesta segunda-feira, 25, em entrevista a jornalistas.

Embora Maia seja responsável pelo andamento de pedidos de impeachment, ele somente conseguiria deliberar processos agora se o recesso legislativo fosse encerrado – uma decisão que depende de votação e aprovação da maioria absoluta da Câmara e do Senado.

“Em abstrato, nenhuma discussão nesse sentido vai ser feita, e quando eu digo que está sob a gestão do presidente da Casa, 57 pedidos e não abriu nenhum”, disse. “Com a seriedade e responsabilidade que o presidente Rodrigo Maia sempre teve, com muito equilíbrio, ele tocou aquela Câmara em momento de muita dificuldade. E olha que não foram poucos os momentos, ele nunca aventou a possibilidade de acatar nenhuma das vezes. Então, não cabe a mim discutir isso”, acrescentou Lira.

O deputado disse ainda que, se eleito, sua posição a respeito do impeachment não será essencial. “O presidente da Câmara pauta as matérias que tiverem maioria, que tiverem acordo. A posição do presidente da Câmara é irrelevante. O artigo 17 proíbe inclusive o voto. O presidente da Câmara não vota. Minha vontade não terá importância, se eu sou a favor ou se eu sou contra.”

Para Lira, o momento é de discussão de assuntos relacionados à pandemia. Ele evitou, no entanto, avaliar o gerenciamento da crise de saúde pelo governo Bolsonaro. Segundo ele, não há um “manual” para lidar com o novo coronavírus.

“Estamos na luta para conseguir qualquer vacina que tenha certificação da Anvisa”, disse ele. “Precisamos de harmonia para lutar pela vacinação de todos”, afirmou.

Lira defendeu uma gestão da Câmara independente do Executivo, mas com harmonia. “Não vamos buscar o acotovelamento.”

Questionando se já chegou a dizer “não” a Bolsonaro, ele afirmou que o fará quando necessário. Segundo ele, até agora, isso não foi necessário, pois tudo foi sempre resolvido na base da conversa.

Estadão 

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