Bolsonaro não fez nada para qualificar trabalhadores
Foto: U. Marcelino/Reuters
No mesmo dia em que disse que o Brasil está quebrado, frase cuja repercussão negativa foi ironizada nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro avaliou que “parte dos brasileiros não está preparada para fazer quase nada”. A declaração desqualifica a massa de 100 milhões de trabalhadores que vem sustentando a economia do país. Não é verdade que a força de trabalho não sabe quase nada. A escolaridade média do brasileiro praticamente triplicou desde os anos 1980. A maioria dos ocupados hoje tem 11 anos de estudos, o ensino básico completo.
Universalizamos o ensino fundamental e temos hoje mais de 20% da população com formação superior completa e incompleta. É inegável, porém, que a qualidade de nossa educação precisa melhorar muito. Estamos longe dos níveis de países desenvolvidos e abaixo do que o tamanho da nossa economia e do nosso Estado deveria apresentar.
Falta mão de obra qualificada como em tecnologia, um problema mundial, aliás. Mas há atrasos em outras áreas, criando o paradoxo de haver vagas sem serem preenchidas num país com 14,1 milhões de desempregados.
O presidente ainda não fez a sua parte para melhorar a educação do brasileiro. O Ministério de Educação não mostrou até agora qualquer plano para compensar a perda de quase um ano de aulas, nem como vai coordenar a nova base nacional curricular, que pode expandir o ensino técnico, melhorando a qualidade da mão de obra.
A inclusão digital, que ficou urgente para puxar os trabalhadores para os novos padrões mundiais da revolução tecnológica em que estamos, sequer foi tocada pelo governo. Recentemente, o presidente vetou uso da verba do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para oferecer banda larga em todas as escolas públicas, atendendo a 45 milhões de estudantes, alegando que não havia cálculo do impacto orçamentário da medida.
Ensino domiciliar e escolas militares não vão resolver o problema da qualificação da mão de obra brasileira, únicas iniciativas até agora apoiadas pelo governo.
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