Bolsonaro tira cargos de aliados de Baleia

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Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Na reta final da campanha para a presidência da Câmara, o governo federal deu início a retaliações e retirou cargos de deputados aliados a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato com discurso de independência do Planalto. A ideia é pressionar para que parlamentares votem em Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente Jair Bolsonaro. Deputados relataram ao GLOBO terem sido informados que indicados seus em postos na administração federal foram exonerados nos últimos dias.

Até há poucas semanas, o governo vinha adiando a tática de tirar cargos de aliados de Baleia Rossi para evitar um confronto direto. Um levantamento chegou a ser feito sobre quantos cargos tinham deputados de cada grupo, mas o plano era deixar essa relação de nomes em banho-maria até a eleição. Nas últimas duas semanas, porém, com a polarização da disputa, integrantes da Secretaria de Governo mudaram de ideia e as exonerações começaram. A votação na Câmara está marcada para a noite da próxima segunda-feira e deve invadir a madrugada.

Flaviano Melo (MDB-AC) perdeu dois indicados no estado que mantinha desde o governo Temer. Foram exonerados neste mês Jorge Mardini Sobrinho, superintendente do Iphan, e Luciana Videl de Moura, da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Luciana é esposa do deputado.

— São da época do Temer. Ninguém mexeu neles e eles ficaram lá. Nem perguntei o motivo, porque eu sou do MDB e o MDB da Câmara não é da base do Bolsonaro, mas também não ia mandar (os indicados) saírem. Me disseram só que foi ordem do Palácio — diz Flaviano.

Também foi exonerado o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Sergipe, Victor Sande. Ele era indicado de Fabio Reis (MDB-SE). Procurado, o deputado não quis comentar:

— Quem pode responder sobre isso é o governo.

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) também sofreu uma retaliação. Seu indicado na superintendência da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) no Maranhão, João Francisco Jones Fortes Braga, foi demitido neste mês. Ele acabou reassumindo o cargo a pedido dos deputados do Maranhão com voto declarado em Lira, segundo Rocha.

— Ele tem experiência na área, como exige a Lei das Estatais. Então a bancada, pelo coordenador Junior Marreca (PATRI-MA), pegou a assinatura dos que votam com Arthur Lira para que ele permanecesse. Agora não é mais meu, não tenho mais ingerência — disse o deputado.

Na semana passada, como revelou o GLOBO, o deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) foi retaliado após anunciar seu apoio a Baleia. A superintendente do Ministério da Agricultura no Rio, Renata Briata da Conceição, indicada por ele, foi exonerada, além de outros dois apadrinhados no estado. Ele disse ter sido comunicado de que o motivo era a eleição na Câmara.

O Ministério da Agricultura exonerou também Paulo Emílio Landulfo Medrado de Vinhaes Torres, superintendente da Bahia. Ele havia sido indicado pelo presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins. Em seu lugar, foi nomeado Nilo Ferreira de Azevedo, indicado de José Rocha (PL-BA), aliado de Lira.

O deputado Aluísio Mendes (Podemos-MA) disse ter sido procurado pelo governo para saber se ainda teria interesse em uma lista de nomes que havia enviado há mais de um ano.

— Mas continuo achando que não vou ser contemplado. Continuo achando que nesse governo as coisas não funcionam — disse o deputado ao GLOBO.

Diversos integrantes do bloco de Baleia têm indicados no governo. Um aliado do próprio candidato é Alfredo Santos, à frente da Secretaria Nacional de Habitação, no Ministério do Desenvolvimento Regional. O candidato do MDB nega, porém, ter indicado pessoalmente o secretário.

Procurada, a Secretaria de Governo não comentou. Lira reagiu ontem ao ser questionado sobre as retaliações:

— O MDB é independente e sobrevive sem espaço no governo, penso eu. Não conheço essas denúncias (de retaliação do governo).

O deputado lembrou que aliados seus perderam cargos ligados à Mesa Diretora da Câmara, presidida por Rodrigo Maia, aliado de Baleia, e insinuou que o mesmo tem ocorrido no governo de São Paulo, comandado por João Doria.

O Globo

 

 

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