Câmara descarta novo “Severino Cavalcanti”

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Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Candidatos avulsos à presidência da Câmara, os deputados Fábio Ramalho (MDB-MG) e Capitão Augusto (PL-SP) afirmam que levarão suas postulações até o fim, e estão confiantes de que a disputa chegará ao segundo turno. No entanto, a percepção interna nas campanhas de Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) é de que os dois blocos que polarizam a eleição estão robustos e consolidados, sem espaço para crescimento de uma terceira via.

Reservadamente, integrantes dos blocos de Lira e de Baleia argumentam que falta “aderência” às candidaturas de Ramalho, ex-primeiro-vice-presidente da Casa, e Capitão Augusto, coordenador da frente parlamentar da segurança pública, para que um deles consiga deslanchar.

Depois de formarem seus blocos – Baleia, com apoio de 11 partidos; Lira, com 10 -, ambos estão em processo de consolidação dos votos. Por esse raciocínio, a maturidade das duas chapas dificulta que Ramalho ou Capitão Augusto reeditem a proeza de Severino Cavalcanti (PP-PE), em 2005, um “azarão” do baixo clero que se consagrou como a terceira via.

Um deputado que acompanhou aquela eleição lembra que a base do governo Lula rachou em torno de dois petistas, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Essa divisão favoreceu a adesão da oposição à campanha de Severino, viabilizando a “zebra” naquele pleito.

Agora, contudo, a oposição em peso fechou com o MDB, enquanto a base governista marcha expressiva com Lira, deixando uma margem estreita para que os avulsos tentem romper a polarização.

“As candidaturas são absolutamente legítimas e as respeitamos”, diz um integrante do grupo de Lira, que acompanha de perto as negociações. “Mas não avaliamos que elas levem a eleição para o segundo turno. Se levarem, procuraremos o apoio de ambos”, completou.

Aliados de Baleia acreditam que se as candidaturas de Ramalho ou Capitão Augusto decolarem, têm potencial para retirar mais votos de Lira.

Essa avaliação, registre-se, é feita pelo próprio postulante do PL: “Não faço questão de agradar a esquerda, não fico nesse discurso “morde-assopra” para pegar voto. Como Baleia está com a esquerda, dificilmente tirarei votos dele”, disse Capitão Augusto.

Em 2019, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reelegeu-se com um placar expressivo de 334 votos – 77 a mais que o necessário para a vitória no primeiro turno.

Naquele pleito, Maia enfrentou seis candidatos avulsos. Entre eles, Fábio Ramalho. O emedebista concorreu como avulso, e foi o segundo colocado. Apesar da popularidade como primeiro vice-presidente da Casa, alcançou apenas 66 votos.

Maia concorreu amparado em uma aliança imponente de 15 partidos, inclusive o PSL do presidente da República, com o qual Jair Bolsonaro ainda não havia rompido. Agora, Lira e Baleia construíram blocos igualmente robustos: o emedebista reuniu 11 siglas, enquanto o líder do PP arregimentou 10 partidos.

Entretanto, Ramalho argumenta que, em uma conjuntura distinta, de eleição no meio da legislatura, e com “recall”, pode alcançar até 150 votos, empurrando o desfecho para o segundo turno. Já Capitão Augusto assegura que consegue pelo menos 70 votos porque “militar não faz voo cego”.

Ramalho pondera que dificilmente venceria Maia em 2019, porque o candidato do DEM tinha o apoio do Planalto, representado pela adesão do PSL ao seu bloco de apoio. Segundo o emedebista, um candidato com o apoio do presidente da República recém-eleito, no começo do governo, e da legislatura, é quase imbatível.

Dois anos depois, Ramalho diz que a sua postulação tem mais musculatura porque está no meio da legislatura. Ao contrário de seus adversários, ele vê espaço para despontar como terceira via, capaz de “harmonizar” uma conjuntura convulsionada, polarizada entre Lira e Baleia.

Segundo o emedebista, os deputados estão insatisfeitos com a concentração de poder, com o comando das comissões e relatorias nas mãos de 20 ou 30 parlamentares. O sentimento generalizado na Casa, segundo Ramalho, também seria de irritação com a paralisação decorrente do embate entre os dois grupos.

“Essa briga impediu, por exemplo, a instalação da Comissão de Orçamento”, lembrou. Por esses motivos, Ramalho aposta na força do voto secreto. “Os deputados querem mais liberdade, não querem mais voto de cabresto”.

Já Capitão Augusto explica que enquanto Lira e Baleia apostam no apoio formal das bancadas partidárias, ele investirá nas frentes parlamentares temáticas. Além da liderança da “bancada da bala”, ele também transita com desenvoltura entre as bancadas evangélica, cristã e da família. Acrescenta ser bem relacionado no PL, e com a bancada paulista. “Como o voto é fechado, acredito que falará mais alto a vocação política”, aposta.

Valor Econômico

 

 

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