Candidatos de Maia e Bolsonaro na Câmara têm mesmo estilo
Foto: Montagem com fotos de Divulgação/Câmara dos Deputados
As atuações dos deputados Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), adversários na disputa à presidência da Câmara, guardam semelhanças na rotina diária dos trabalhos da Casa. Durante a tramitação de projetos, ambos operam como organizadores e negociadores de consensos. Apesar de sugerirem alterações e discutirem textos sobre temas importantes, Lira e Rossi se dedicam na maior parte do tempo a costurar entendimentos — ambos aprovaram poucas propostas de autoria própria desde que chegaram ao Congresso.
Lira foi deputado federal pela primeira vez em 2011 e está em seu terceiro mandato. De lá para cá, nove projetos de sua autoria ou relatados por ele viraram lei, um número pouco expressivo — um deles proibiu o deputado que trocar de partido de levar com ele tempo de TV e fundo partidário, enquanto outro congelou os critérios usados para a divisão de recursos do Fundo de Participação dos Municípios até a divulgação do Censo de 2020, que acabou adiado.
Os trabalhos de maior destaque, porém, foram nos anos de 2015 e 2016, quando foi, respectivamente, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o principal colegiado da Casa, e relator da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Segundo a assessoria do parlamentar, durante a presidência da CCJ, Lira “realizou 124 reuniões, e o colegiado apreciou 1.486 matérias”. Já na CMO, “montou um calendário e entregou o orçamento, por acordo, dentro do mesmo ano” — no ano passado, os trabalhos na comissão ficaram travados em função da pandemia e por uma disputa política envolvendo aliados do líder do PP e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Lira chegou aos dois importantes postos com o apoio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Lira foi um dos dez deputados que votaram em plenário contra a cassação de Cunha, em 2016.
Já Baleia Rossi está em seu segundo mandato. Com menos experiência no Congresso, foi escolhido como presidente do MDB em 2019 para dar uma cara de renovação ao partido. Uma de suas principais bandeiras é a reforma tributária, texto de sua autoria. Sem consenso, a deliberação da proposta foi adiada para 2021. Desde 2015, já foi relator ou autor de cinco matérias que foram aprovadas.
Entre as iniciativas importantes do emedebista, estão a proposta que institui o bloqueador de celular em presídio, parada no Senado, e a redação da emenda sobre abertura do mercado de aviação. Em 2017, o parlamentar, assim como a maioria dos deputados, votou contra o prosseguimento de denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o então presidente Michel Temer — as acusações eram baseadas, entre outras provas, em acordos de delação premiada firmados por executivos da JBS.
Na disputa à sucessão de Maia, Rossi se coloca como candidato independente do governo, além de negociar com partidos de esquerda. O movimento é ensaiado desde que o MDB se descolou do bloco de Lira no ano passado. Apesar de enfatizar a necessidade de se preservar a autonomia do Legislativo, o MDB de Rossi tem cargos no Executivo e dois senadores — Fernando Bezerra Coelho (PE) e Eduardo Gomes (TO) — são líderes do governo. Recentemente, o parlamentar foi às redes sociais para criticar Bolsonaro por ter colocado em dúvida a tortura sofrida por Dilma Rousseff durante a ditadura militar.
“Não é sobre esquerda, centro ou direita. É sobre dignidade humana, é disso que se trata. Nossa solidariedade à ex-presidente Dilma Rousseff. Tortura nunca mais”, escreveu Baleia.
O candidato do PP à presidência da Câmara ironizou, na semana passada, o fato de o escolhido pelo bloco de Maia firmar posição como “independente”.
— Continuo a dizer que, até que o MDB entregue as lideranças do governo no Senado e no Congresso, até que os seus deputados entreguem todos os cargos que têm na administração pública nos estados e no governo federal, que o líder Baleia entregue a Secretaria Nacional de Habitação, eles são tão governo como qualquer partido de centro. Todos são da base — disse o líder do PP.
Lira, por sua vez, desde que o Planalto decidiu apostar numa aproximação com o centrão, passou a ser chamado por parlamentares de “líder informal” do governo. O deputado conta com o apoio público de Jair Bolsonaro para a sucessão do atual presidente da Câmara. Parlamentar que atua nos bastidores, Lira se orgulha por lutar pelo direcionamento de emendas parlamentares ao seu estado.
“Em Brasília, seu gabinete está sempre de portas abertas para receber as lideranças políticas de Alagoas para ouvir suas necessidades e assim destinar os recursos necessários para cada município. O deputado também percorre Alagoas para acompanhar as entregas de obras e ver de perto o desenvolvimento das cidades”, registra o site do parlamentar.
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