Doses de vacina de Oxford podem ser descartadas no Rio

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Foto: Reprodução

Funcionários de uma Clínica da Família localizada na Zona Oeste do Rio denunciaram ao DIA que ao menos cinco doses da vacina de Oxford/AstraZeneca serão descartadas nesta quarta-feira por falta de uso e outras doses podem ficar inutilizadas nos dias correntes. O motivo é a ausência de público para a vacinação, já que apenas profissionais de saúde com 60 anos ou mais podem ser vacinados com o imunizante britânico neste momento.

Cada frasco do imunizante do Reino Unido é capaz de vacinar até dez pessoas. Uma vez aberto, o material precisa ser usado em até seis horas ou perde a validade. Um profissional, que preferiu não se identificar, relatou que, até às 13h20 desta quarta-feira, apenas cinco pessoas tinham ido à unidade de saúde para serem vacinadas. Para complementar o uso deste único frasco da vacina, outras cinco pessoas precisariam comparecer ao local.

“Está todo mundo revoltado aqui. Nossa orientação é para não dar a dose para o próximo da fila, que seriam os idosos que não são profissionais da saúde. Recebemos a ordem de jogar fora”, disse o funcionário da clínica.

Ele relatou ainda que “a logística da vacina Coronavac é melhor”, pois cada frasco é capaz de imunizar apenas uma pessoa, sem que haja desperdício.

“A Coronavac, logisticamente, é muito melhor. Cada frasco vem com uma dose. A de Oxford vem um frasco com dez doses. Então a partir do momento em que eu abro o material, eu tenho que usar. Sendo assim, muitas doses infelizmente vão ser desperdiçadas”, continuou.

“Outra coisa que acontece é o seguinte: Se uma pessoa chega aqui na clínica às 16h para ser vacinada, eu não posso falar para ela vir amanhã mais cedo para eu não perder o material, já que aqui fecha às 18h e corre o risco de não vir mais gente até esse horário. Eu tenho que vacinar, porque essa pessoa pode fazer uma denúncia falando que negaram a vacina. Eu tenho que vacinar. Tenho que abrir o frasco que dá para dez pessoas, e caso não venha mais ninguém, perco outras nove doses, já que depois do horário, o material tem que ser descartado”, explica.

Ele conclui dizendo que seria bom poder vacinar o próximo da fila, porque os funcionários não precisariam ficar “implorando” para que as pessoas fossem até a unidade de saúde.

“Se pudéssemos vacinar os mais velhos (que não são profissionais da saúde), ia facilitar, não ia ter dose remanescente. Nós não íamos ficar implorando para a pessoa vir tomar o imunizante. Porque é quase isso. A gente está pedindo para a pessoa vir, para não termos que descartar as doses.”

A reportagem entrou em contato com as secretarias de Saúde municipal e estadual buscando um posicionamento. A SMS respondeu que “a recomendação é de que as unidades se programem para utilizar todas as doses do frasco no período orientado pela fabricante. Neste primeiro dia de vacinação, todas as unidades receberam centenas de pacientes desde o início da manhã, não tendo motivos para a não utilização das doses até o final dos frascos.”

A pasta relatou ainda que “ao final do dia, pode acontecer de haver um número menor de pacientes na unidade e sobrar algumas doses no frasco. Neste caso, para evitar desperdício, está excepcionalmente indicada a aplicação em outros profissionais da própria unidade, mas essa situação deve ser realizada sob supervisão, para garantir que de fato se tratem de doses excedentes à demanda do dia. Com a altíssima procura neste primeiro dia de vacinação dos profissionais de saúde com 60 anos ou mais, não houve relato de desperdício de doses por este motivo”.

Já a SES informou que considera de extrema importância que os responsáveis técnicos e gestores municipais organizem suas ações de imunização priorizando os grupos elencados, para que não haja prejuízo da oferta da vacina para os mesmos.

“No documento, a Secretaria de Vigilância Sanitária explica que, ao final do prazo de abertura do frasco multidose que é de 6 horas, em situações onde haja risco de perda da oportunidade de vacinar, a equipe deverá ofertar a dose criteriosamente aos profissionais que estiverem aptos dentro dos grupos elencados pelo Ministério da Saúde para a vacinação”, disse, em nota.

O Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal, que tem a vacina de Oxford em sua base, terá quatro fases, de acordo com o Ministério da Saúde.

Na primeira, serão vacinados trabalhadores da área de saúde, pessoas com 75 anos ou mais, pessoas de 60 anos ou mais que viviam em instituições como asilos, população indígena em terras demarcadas aldeadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas. Na segunda, serão vacinadas pessoas de 60 a 74 anos, e na terceira, pessoas com comorbidades.

Uma série de categorias será contemplada entre os grupos prioritários, mas a definição de sua fase de imunização dependerá da disponibilidade de vacinas. São eles: trabalhadores da educação e de outros serviços essenciais (forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema carcerário, trabalhadores de transporte coletivo etc.), populações quilombolas, população privada de liberdade e pessoas em situação de rua.

O Dia  

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