E a rede social de extrema-direita sai do ar de vez

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Foto: Kevin David/A7 Press / Agência O Globo

A rede social Parler, usada pelos seguidores mais radicais do presidente Donald Trump, saiu do ar na madrugada desta segunda-feira, 24 horas depois de a Amazon alertar a plataforma que perderia acesso a seu serviço de hospedagem por ser incapaz de moderar as publicações que incitavam a violência. A rede foi desativada pouco depois da meia-noite na Costa Oeste dos EUA (5h no Brasil), segundo informou o site Internet Down For Everyone Or Just Me, o que indica que os donos do Parler não conseguiram nenhum outro provedor para hospedar a rede.

O Parler era usado pela base mais radical de Trump e por militantes da extrema direita. Eles a consideravam um refúgio da política de moderação de outras plataformas, como o Twitter, que baniu na sexta-feira o presidente por incitar a violência antes e depois da invasão ao Congresso americano, no último dia 6, para impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden. No fim de semana, a rede já havia sido banida das lojas de aplicativos da Apple e do Google.

A decisão das plataformas acirrou o debate sobre sua regulação externa e, por isso, provocou uma queda de 8% nas ações do Twitter.

Inicialmente, o presidente-executivo do Parler, John Matze, havia afirmado que, com sua exclusão pelas empresas de comunicação, a plataforma ficaria fora do ar por cerca de uma semana até que encontrasse um novo serviço de hospedagem. No entanto, nesta segunda, disse que “provavelmente ficará fora de funcionamento por mais tempo do que o esperado”.

A popularidade da plataforma havia disparado nas últimas semanas, principalmente após o banimento de Trump das principais redes sociais e com o Facebook e o Twitter assinalando cada vez mais postagens que espalhavam desinformação e incitavam a violência.

O Parler não era usado só nos Estados Unidos. Depois que Trump foi afastado do Twitter, o presidente Jair Bolsonaro pediu para que seus seguidores o seguissem na rede social. O mesmo foi feito por seu chanceler, Ernesto Araújo, e pelo assessor internacional do Planalto, Filipe Martins. Todos os três, no entanto, continuam ativos no Twitter.

Entre as publicações na plataforma havia mensagens de apoio aos grupos que invadiram o Capitólio e convocações de novos protestos contra a posse de Biden, programada para o dia 20.

A decisão das redes sociais de banir Trump só agora, depois de anos da disseminação de mentiras e incitação ao ódio em suas plataformas, provocou questionamentos sobre o timing e o poder das grandes empresas americanas de tecnologia.

“Nós entendemos o desejo de suspender Trump permanentemente”, disse em comunicado Kate Ruane, da Associação Americana para as Liberdades Civis. “Mas deveria preocupar todo mundo quando empresas como Facebook e Twitter usam seu poder discricionário para remover pessoas de plataformas que se tornaram indispensáveis para a comunicação de bilhões, especialmente quando o contexto político torna essa decisão mais facil.”

A chanceler alemão Angela Merkel questionou a decisão das redes sociais de banir Trump, que considera “problemática”, e disse que o Legislativo é que deve estabelecer as regras de funcionamento das plataformas, disse seu porta-voz, Steffen Seibert.

— É possível interferir na liberdade de expressão, mas de acordo com os limites definidos pelo legislador, e não por decisão da direção de uma empresa — informou ele. — Por isso, a chanceler considera problemático que as contas do presidente dos Estados Unidos nas redes sociais sejam fechadas definitivamente.

O comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, expressou sua “perplexidade” pela expulsão “sem controle legítimo e democrático” e argumentou que isso justifica os planos europeus para regulamentar as gigantes digitais.

“Que um diretor executivo possa desligar o microfone do presidente dos Estados Unidos sem qualquer outra forma de controle e equilíbrio de poder é mais do que questionável”, disse Breton em artigo publicado nesta segunda-feira no jornal francês Le Figaro e no site Politico.

O comissário frisou que as plataformas “já não poderão fugir à responsabilidade” pelos conteúdos que abrigam; algo que, segundo ele, foi reconhecido pelas próprias empresas ao suspender o presidente americano.

“Assim como 11 de Setembro marcou uma mudança de paradigma para os Estados Unidos, inclusive para o mundo, haverá, quando se trata de plataformas digitais em nossa democracia, um ‘antes’ e um ‘depois’ de 8 de janeiro de 2021″, escreveu Breton, fazendo referência ao dia em que o Twitter retirou permanentemente a conta de Trump do ar.

Breton questionou por que a medida não foi adotada antes: “Por que não conseguiram bloquear as notícias falsas e o discurso de ódio que motivaram o ataque de quarta-feira passada? A decisão de censurar um presidente em exercício pode ser tomada por uma empresa sem controle legítimo e democrático?”

Em meados de dezembro, Breton apresentou os projetos de leis para a regulamentação de serviços digitais e dos mercados digitais na União Europeia, a fim de tentar impedir “abusos de poder” das gigantes de comunicação.

“Esses eventos mostram que não podemos mais ficar parados e contar apenas com a boa vontade das plataformas. Precisamos estabelecer as regras do jogo e organizar o espaço de informação com direitos, obrigações e garantias claramente definidos”, afirmou.

O Globo

 

 

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