Ford investirá US$ 580 milhões na “comunista” Argentina

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Foto: Claudio Belli/Valor

Nos últimos anos, a Ford mudou sua estratégia no Brasil em várias frentes. Em relação a produtos, reduziu significativamente presença no segmento de automóveis para concentrar-se no de picapes e utilitários esportivos – a maioria, importada. Além disso, há um ano, abandonou a produção de caminhões, o que a levou a fechar a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC. Mas o que mais chama a atenção é que faz quase uma década que a montadora americana não anuncia nenhum grande plano de investimento para o Brasil. O último, de R$ 4 bilhões, esgotou-se em 2015.

Ontem, o presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, anunciou um investimento na região. Mas a boa notícia é para os argentinos. Num, encontro virtual, ele informou, pela manhã, ao presidente Alberto Fernández, um programa de US$ 580 milhões para o desenvolvimento da próxima geração da picape Ranger.

Segundo Watters, os recursos serão usados na modernização da fábrica localizada em Pacheco, região metropolitana de Buenos Aires e também no aumento na nacionalização de peças, uma constante reivindicação do governo argentino. Mais de 70% dos veículos produzidos em Pacheco são exportados, a maioria para o Brasil.

À tarde, numa entrevista, por vídeo, a jornalistas de toda a região, Watters queixou-se da desvalorização do real e do peso argentino. Segundo ele, aliada à pressão de custos e à “situação sem precedentes”, provocada pela pandemia, a perda do poder de compra das moedas locais exige das empresas ações mais voltadas à preservação da saúde financeira do negócio. O executivo disse que a utilização da capacidade de produção do setor no Brasil é de 40%. “A liquidez continua a ser uma questão chave, não só para a Ford mas para toda a indústria, agravada pela baixa disponibilidade e alto custo do crédito”.

Apesar da crise profunda que enfrenta e de outros problemas complexos, como dívida externa e alta inflação, a Argentina tem uma peculiaridade em relação ao Brasil. Sua economia é altamente dolarizada. Empresas e consumidores “raciocinam” em dólar, seja para alugar um apartamento ou comprar um automóvel. Para a indústria, isso facilita o repasse dos custos com desvalorização cambial. Talvez por isso, os argentinos sejam os primeiros a desfrutar da volta dos planos de investimento da Ford na região.

Watters previu um 2021 de desafios para os fabricantes de veículos. Apesar da estimativa de crescimento de 25% em 2021 em relação ao previsto para 2020, os volumes estarão ainda abaixo, lembrou, do que foram em 2019. Ele calcula que somente em 2023 a indústria automobilística conseguirá voltar aos níveis de 2019.

A maior parte da atividade industrial da Ford no Brasil hoje concentra-se na fábrica de veículos em Camaçari (BA), que ganhou fôlego graças à prorrogação do programa de incentivos fiscais nas regiões Norte e Nordeste, anunciada nos últimos dias do governo de Michel Temer. A empresa tem, ainda, uma fábrica de motores em Taubaté, no interior de São Paulo.

Para 2021, Watters anunciou reforço na linha de picapes e utilitários esportivos da marca, com novos importados, e confirmou a produção de uma van no Uruguai, em parceria com uma empresa local. Para o Brasil, a Ford planeja um centro de treinamento desenvolvido junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em São Paulo. A ideia é desenvolver programas votados ao avanço tecnológico dos carros e mudanças nos hábitos de transporte.

Ao ser questionado sobre a perda de participação no mercado brasileiro que, em dois anos, fez a marca cair do quarto para o sexto lugar, Watters disse: “Sabemos que escala é importante, mas precisamos encontrar o equilíbrio e a saúde financeira é questão crítica”.

Valor Econômico 

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