Pandemia faz explodir superávit comercial com o exterior
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A balança comercial brasileira registrou superávit de U$ 50,995 bilhões em 2020, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (4). O valor é superior ao saldo de 2019, quando a balança teve superávit de US$ 48,036 bilhões.
O valor é o terceiro maior saldo desde o início da série histórica, iniciada em 1989. O maior saldo da série histórica foi o registrado em 2017 – US$ 66,989 bilhões –, seguido pelos US$ 58,033 bilhões registrados em 2018.
No somatório do ano, as exportações atingiram US$ 209,921 bilhões e as importações, US$ 158,926 bilhões. Considerando a média diária, o Brasil exportou 6,1% a menos em 2020 na comparação com 2019, e registrou importações 9,7% menores no período.
O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
Em dezembro, a balança brasileira registrou déficit de US$ 42 milhões, o que influenciou negativamente no resultado do ano. As exportações somaram US$ 18,365 bilhões e as importações US$ 18,407 bilhões.
Quando se leva em consideração a média por dia útil, as exportações de dezembro registraram queda de 5,3% em relação à dezembro de 2019, já as importações apresentaram alta de 39,9%.
No mês de dezembro, houve queda de 21,4% nas exportações do setor agropecuário e queda de 8,8% nas vendas da indústria extrativa. Já na venda de produtos da indústria de transformação, houve aumento de 0,9%.
Com relação aos produtos agropecuários, o destaque negativo foi a queda de 91,7% na venda de soja. Na indústria extrativa, a maior queda foi na venda de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus – o recuo foi de 57,1%.
Já com relação às importações, houve queda de 9,3% na compra de produtos da indústria agropecuária e de 52,8% nas importações da indústria extrativa. A compra de produtos da indústria de transformação aumentou 49,6%.
Em todo o ano de 2020, houve um aumento de 6% na exportação de produtos agropecuários. As vendas da indústria extrativa, no entanto, caíram 11,3% e as exportações de produtos da indústria de transformação diminuíram 2,7%.
Com relação às importações, houve queda na compra de produtos de todos os setores. As importações da indústria extrativa caíram 41,2%, a compra de produtos da indústria de transformação caiu 7,7% e as importações agropecuárias diminuíram 3,9%.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, o governo prevê nova alta no saldo superavitário da balança comercial para os próximos 12 meses. A previsão é de um superávit de US$ 53 bilhões em 2021.
Exportações em 2021: US$ 221,1 bilhões, alta de 5,3%
Importações em 2021: US$ 168,1 bilhões, alta de 5,8%
Saldo da balança comercial: US$ 53 bilhões, alta de 3,9%
Corrente de comércio: US$ 389,2 bilhões, alta de 5,5%
O subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, afirma que o mercado chinês continuou sendo o principal destino das exportações brasileiras.
Enquanto as vendas gerais de produtos brasileiros caíram 6,1% em 2020, as vendas de produtos para a China, Hong Kong e Macau tiveram a maior alta do ano, subindo 7,3%.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, a recuperação econômica da região asiática impactou a pauta de exportações brasileira, que registrou aumento apenas nas vendas de produtos agropecuários.
“Como a Ásia começou a recuperar mais cedo da pandemia, é natural que o Brasil, que tem vantagens comparativas [em produtos básicos], se beneficiasse mais em relação a produtos de maior valor agregado, que são exportados para Argentina, Estados Unidos e Europa, que só recentemente começaram a se recuperar, mas já se refletiram nas nossas exportações no terceiro e quatro trimestres”, afirmou Ferraz.
As vendas de produtos brasileiros para os Estados Unidos foram as que mais caíram em 2020, com redução de 27,2%. As exportações para a Argentina caíram 12,7%. Para a União Europeia , a queda foi de 13,3%.
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