Acusação diz que Trump continuará incitando violência

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Foto: U.S. Senate TV / U.S. Senate TV via REUTERS

Os deputados democratas responsáveis pela acusação contra Donald Trump no processo de impeachment no Senado encerraram a sua alegação nesta quinta-feira com uma argumentaçaõ que tentou vincular diretamente o ex-presidente à violenta invasão ao Capitólio em 6 de janeiro, que teve o objetivo de impedir a homologação pelo Congresso da vitória eleitoral de Joe Biden. Eles argumentaram que, se não for condenado, Trump continuará sendo uma ameaça à democracia.

No terceiro dia do segundo julgamento de impeachment de Trump, os acusadores se concentraram inicialmente em alegações dos próprios manifestantes sobre suas motivações.

— As suas próprias declarações antes, durante e depois do ataque deixaram claro que o ataque foi feito por Donald Trump, por suas instruções e para cumprir seus desejos — disse a deputada Diana Degette, do Colorado, uma das nove democratas da Câmara que compõem a equipe que atua como promotoria.

Em seguida, os acusadores passaram à descrição de episódios antigos em que Trump teria incitado e minimizado a violência de seus apoiadores, mencionando, entre outros, o caso de Charlottesville. Por fim, argumentaram que o ex-presidente não sente arrependimento, e, caso volte a se eleger — possibilidade que o processo de impeachment visa justamente impedir —, poderá ter o mesmo comportamento.

— Meus queridos colegas, há algum líder político nesta sala que acredita que, se algum dia o Senado permitir a sua volta ao Salão Oval, Donald Trump parará de incitar a violência para conseguir o que quer? Você apostaria a vida de mais policiais nisso? Você apostaria a segurança de sua família nisso? Você apostaria o futuro da sua democracia nisso? — disse Jamie Raskin, deputado de Maryland e o principal responsável pela acusação.

Raskin disse que, após o ataque de 6 de janeiro, Trump “declarou ter tido uma conduta totalmente apropriada”.

— Então, se ele voltar ao Gabinete e acontecer de novo, não teremos ninguém para culpar a não ser nós mesmos — disse ele.

Na quarta-feira, primeiro dia dedicado à acusação, os promotores democratas ofereceram um angustiante relato da violência dos manifestantes, repleto de registros audiovisuais inéditos.

A missão da acusação, contudo, é difícil. Dezessete dos 50 senadores republicanos precisam se somar a todos os 50 democratas para ser alcançada a maioria de dois terços necessária para a condenação. Já na quarta-feira, a maioria dos republicanos pareceu impassível.

Poucos parlamentares republicanos mostram-se dispostos a romper com Trump ou com sua base. Embora alguns senadores tenham dito que os acusadores da Câmara estão apresentando bem os seus argumentos, a maioria sustenta que o ex-presidente não deve ser condenado.

O senador republicano Marco Rubio disse à Fox News que, embora o ataque de 6 de janeiro tenha sido “horrível”, o impeachment não era apropriado, porque Trump não estava mais no cargo.

Os promotores usaram menos de cinco das oito horas para apresentarem seus argumentos que tinham disponíveis nesta quinta-feira, tendo começado às 12h locais (14h de Brasília). As horas finais foram dedicadas a tentar neutralizar preventivamente os argumentos jurídicos centrais da defesa do presidente.

Raskin atacou principalmente o argumento de que o discurso de Trump no dia 6 de janeiro é protegido pela Primeira Emenda da Constituição, que versa sobre a liberdade de expressão. O democrata disse que o artigo não permite incitação à violência:

— Na verdade, a conduta de Donald Trump foi um ataque à Primeira Emenda — disse Raskin. — Se ouvirmos seus advogados falarem, parece que ele era só um cara em um comício expressando opiniões impopulares. Eles querem nos fazer acreditar que todo esse impeachment aconteceu porque ele disse coisas das quais alguém pode discordar. Sério mesmo?

Os advogados de Trump devem ter a sua vez no Senado a partir desta sexta-feira, tendo 16 horas ao todo para a defesa. Na terça-feira, os advogados adotaram uma estratégia que ia desde elogios aos senadores a argumentos técnicos contra a realização do julgamento de impeachment após o presidente deixar a Casa Branca.

A performance contrastou muito com os apelos emocionais dos democratas. O presidente supostamente ficou furioso com o desempenho dos seus advogados, sobretudo quando não se mantiveram fiéis à linha de que o julgamento é inconstitucional.

A equipe de defesa de Trump disse “esperar” que não precise de todas as 16 horas para fazer sua argumentação. A partir de amanhã, pretendem negar abertamente que Trump tenha sido responsável pelo ataque, ou tentado interferir no processo eleitoral em andamento no Capitólio, apesar de seus chamados insistentes para seus apoiadores “lutarem como o diabo” para “parar o roubo”.

A presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, que supervisionou a abertura do processo de impeachment pela Câmara em janeiro, chamou de “hipócrita” o argumento de que um ex-presidente não poderia ser julgado depois de deixar o cargo nesta quinta-feira.

Ela disse que, depois que a Câmara aprovou o processo em 13 de janeiro, os promotores foram informados pelo então presidente do Senado, o republicano Mitch McConnell, que não aceitaria o processo porque o Senado não estava em sessão.

— Estávamos prontos — disse Pelosi. — Eles disseram que não.

O julgamento avança em ritmo vertiginoso, e um veredicto pode ser alcançado já neste fim de semana prolongado — segunda-feira é Dia do Presidente, um feriado nacional, nos EUA. Os senadores, no entanto, têm a chance de questionar a acusação e a defesa, e podem forçar um debate sobre o caso e também votar a convocação de testemunhas, o que prolongaria o julgamento.

O Globo 

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