Democratas processam Trump usando lei criada para Ku Klux Klan
Foto: Drew Angerer/AFP
O ex-presidente Donald Trump e o advogado Rudy Giuliani estão sendo acusados de conspirar com os grupos de extrema direita Proud Boys e Oath Keepers para incitar a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos no dia 6 de janeiro. O processo foi aberto nesta terça-feira, 16, em um tribunal federal, pelo presidente democrata do Comitê de Segurança Nacional da Câmara, Bennie Thompson.
O processo, que cita uma lei pós-Guerra Civil criada para combater a violência e a intimidação por parte da Ku Klux Klan, é a primeira ação civil movida contra o ex-presidente relacionada ao ataque ao Capitólio e foi aberto poucos dias após Trump ser absolvido pelo Senado no processo de impeachment. Caso vá para frente, o ex-presidente e outros envolvidos estariam sujeitos a depoimentos, o que poderia expor detalhes e evidências que não foram reveladas durante o processo no Senado.
Thompson usa os discursos e tuítes publicados por Trump meses antes da insurreição para acusá-lo, juntamente com Giuliani, de mobilizar e preparar seus apoiadores para atacar o Congresso e anular o resultado das eleições de 2020 no dia 6 de janeiro.
A ação cita uma lei federal raramente utilizada que foi aprovada logo após a Guerra Civil americana para combater atos da Ku Klux Klan, e que permite ações civis contra aqueles que usam força, intimidação ou ameaça para impedir alguém de cumprir os deveres de seu cargo.
A Associação Nacional pelo Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e advogados estão apoiando e ajudando a representar o deputado Thompson no tribunal. Outros membros do Congresso, incluindo os democratas Hank Johnson e Bonnie Watson Coleman, também devem se juntar ao processo.
“Como parte de um plano unificado para impedir a contagem dos votos do Colégio Eleitoral, os réus Proud Boys e Oath Keepers, através de sua liderança, agiram em conluio para liderar o ataque ao Capitólio enquanto a multidão raivosa dos réus Trump e Giuliani invadiam o local. Os atos cuidadosamente orquestrados que se desenrolaram no Save America e na invasão ao prédio não foram acidentes ou coincidências. Foi uma tentativa previsível e coordenada para interferir no processo legal necessário para confirmar os resultados dos votos do Colégio Eleitoral”, diz a ação.
O ex-presidente e vários republicanos argumentaram que o processo de impeachment foi inconstitucional, uma vez que Trump não estava mais no cargo. Thompson, porém, chama atenção para o discurso do líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, que parecia encorajar o litígio contra Donald Trump.
“Nós temos um sistema de justiça criminal nesse país. Nós temos litígio civil. E o ex-presidente não está imune de ser responsabilizado por qualquer um”, disse o republicano de Kentucky após votar pela absolvição de Trump.
O processo de Bennie Thompson vincula as repetidas recusas de Donald Trump em aceitar o resultado das eleições semanas após a divulgação do pleito com ameaças de violência contra funcionários eleitos. O processo também alega que a recusa de Trump de condenar o grupo de extrema direita Proud Boys durante o primeiro debate presidencial em setembro serviu para encorajá-los nos atos do dia 6 de janeiro.
A ação também liga os atos diretamente ao comício realizado por Donald Trump no início do dia, em que disse aos seus apoiadores: “(…) se vocês não lutarem firmemente pelo seu país, vocês não o terão mais. Vocês precisam mostrar força e precisam ser fortes”, disse.
Giuliani, segundo o processo, também incitou a multidão ao continuar falando sobre as acusações infundadas de fraude na votação, chegando ao dizer para os apoiadores no dia 6: “Vamos ter um julgamento por combate”.
O processo acusa ainda Trump de atrasar o seu discurso para a multidão justamente para dar tempo aos Proud Boys de chegarem ao Capitólio e superar a presença policial no local, embora não haja nenhuma evidência concreta de atraso intencional. Além de Trump e Giuliani, os Proud Boys e os Oath Keepers também entram na lista de acusação.
O Departamento de Justiça já processou até o momento mais de 18 pessoas envolvidas com o Proud Boys pelos atos de 6 de janeiro, além de recentemente expor acusações de conspiração contra cinco pessoas associadas ao grupo.
O Departamento de Justiça também indiciou três membros do Oath Keepers no final de janeiro, incluindo Jessica Watkins, cujo advogado disse ao juiz na semana passada que ela acreditava estar seguindo as instruções de Trump.
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