Derrota de Maia inviabiliza frente ampla em 22

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Foto: Pablo Jacob / Agencia O GLobo

A derrota acachapante de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa de ontem esvazia o capital político adquirido pelo deputado durante quase cinco anos no comando da Câmara. Fora da presidência, ele terá mais dificuldades para agregar apoio e influenciar as escolhas de partidos de centro em 2022.

Se estava pronto para liderar uma frente anti-Bolsonaro, Maia agora terá que se recolocar na arena política para seguir relevante. Traído pelos colegas do próprio partido, dificilmente permanecerá no DEM. O bom diálogo com a centro-esquerda, importante para a estabilidade ao longo de sua gestão, também foi abalado pela retaliação de sua própria base.

Aliados reconhecem os erros políticos cometidos por Maia durante o processo sucessório. Um equívoco primordial, segundo eles, foi a demora para a escolha de um nome competitivo.

Apegado ao cargo, Maia desperdiçou tempo apostando na chancela do Supremo Tribunal Federal (STF) a mais uma reeleição, o que não aconteceu. A partir de então, o deputado não soube costurar o conflito de interesses entre os partidos que estavam com ele.

Os últimos dias de Maia no comando da Casa foram de tensão. Ele chegou a falar em abrir um processo de impeachment antes de deixar a cadeira — o que descartou depois —, e bateu boca com Arthur Lira (PP-AL) na frente de líderes partidários.

No seu último discurso presidindo a sessão que elegeria o seu sucessor, no fim da noite de ontem, Maia chorou ao relembrar momentos que viveu em quase cinco anos ininterruptos no comando da Casa. Ao final de sua fala, buscou um tom conciliador ao dizer confiar em que “qualquer um que seja o vencedor” saberá conduzir a Câmara com respeito.

Na noite de anteontem, o presidente do DEM, ACM Neto, foi até à residência oficial de Maia para informá-lo que havia apoio suficiente na legenda para apoiar Lira — mais tarde o partido optou pela neutralidade, mas abandonando o bloco de Baleia Rossi (MDB-SP).

Foi nessa reunião que Maia ameaçou abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro. Com 64 pedidos de afastamento em sua mesa, nenhum foi analisado.

Segundo um deputado que estava na reunião, Maia disse que não aceitaria a interferência do governo no próprio partido. De acordo com outro deputado, Maia afirmou que não veria o governo “comprar” colegas de legenda, ao oferecer fatias do orçamento e verba às bases de deputados, sem fazer nada. Indicou que isso seria crime de responsabilidade. Apesar da reação colérica, Maia não abriu o processo.

Durante a mesma reunião, também indicou que sua permanência no DEM seria insustentável graças ao alinhamento com o bolsonarismo. Aliados afirmaram publicamente que o acompanharão caso confirme a saída.

— Se o Rodrigo Maia sair do DEM, mais deputados devem segui-lo, claro. Eu mesmo devo muito ao Rodrigo. Acho que todos nós, (deputados) do Rio de Janeiro, devemos muito ao Rodrigo. Reconhecemos a importância dele no Democratas. O movimento dele pesa muito para a gente — disse Pedro Paulo (DEM-RJ), que foi exonerado do cargo de secretário municipal de Fazenda do Rio para votar em Baleia.

Ontem, o presidente da Câmara se envolveu em um bate-boca com Lira após ter aceito o registro do bloco do aliado Baleia fora do horário previsto, sob a justificativa de problemas técnicos.

Durante a reunião de líderes, da qual participaram Lira e Maia, houve gritos, segundo relato de presentes. Em meio à discussão, o deputado do PP subiu o tom, e Maia perguntou se o adversário “pensava que estava em Alagoas”. Ao que Lira respondeu:

— E você está pensando que está no morro carioca?

Durante toda a sua gestão, Maia foi apoiado por líderes do Centrão. Hoje, PP, PL, Republicanos e PSD, legendas acostumadas a servir de base para qualquer governo, estão rompidas com o deputado.

Hoje, o centro alinhado a Maia é chamado ironicamente por Lira de “centrão gourmet”. Com a ajuda de Bolsonaro, o deputado do PP conseguiu reagrupar os políticos antes liderados por Maia e pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Em julho passado, Lira já era considerado “líder informal do governo”, após negociar a participação de seu partido no Executivo. A partir dali, Maia começou a dizer com mais frequência que o governo Bolsonaro “não tinha maioria na Casa”. A situação foi sendo revertida aos poucos, a partir da intensa articulação de Lira.

O Globo

 

 

 

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