Eleição de Lira pode tirar Doria de 2022

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Foto: Governo de SP

O resultado da eleição para o comando da Câmara dos Deputados pode afetar a articulação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de concorrer à Presidência em 2022. Se Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de primeira hora do tucano, passar a cadeira para o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL) – nome respaldado pelo presidente Jair Bolsonaro –, a avaliação corrente é que Doria deverá perder um canal direto com a presidência da Casa.

O tucano trabalhou ativamente pela candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP). A disputa pela cúpula da Câmara também expõe as dificuldades de uma aliança atual do tucano com MDB e DEM, além de sua capacidade de fazer valer a orientação partidária no próprio PSDB.

O placar do Estadão mostra, às vésperas da eleição, Lira com cem votos declarados a mais que Baleia Rossi (MDB-SP), o candidato de Doria e Maia. A enquete ainda revela que o bloco formado para apoiar o emedebista encontra resistência interna. Só entre os tucanos, o número de parlamentares que não aceitaram dizer em quem votarão chega a 14, quase a metade da bancada. Outros sete preferem Lira e apenas oito confirmam a decisão do partido e dizem que apoiarão Baleia nesta segunda-feira, 1.

Na semana retrasada, aliados de Doria em São Paulo se envolveram diretamente na disputa. Rodrigo Maia chegou a ocupar por dois dias o gabinete do vice-governador, Rodrigo Garcia, também do DEM. De lá, despachou e articulou sua sucessão tentando contato com deputados de todo o País.

Neste esforço, coube a Doria convidar 25 parlamentares da bancada paulista para almoço com Baleia. A iniciativa tinha como alvo representantes do PSL, Cidadania, MDB, Podemos, Novo e Solidariedade, partido mais assediado naquele momento por ainda não ter definido “lado” na disputa. Nomes do PSDB e do DEM também participaram.

O ânimo do grupo sobre o efeito do encontro, porém, diminuiu, segundo interlocutores, após uma entrevista coletiva dada pelo governador. Ao jornalistas, Doria ensaiou liderar uma onda pelo impeachment de Bolsonaro, dizendo que o País e o Congresso deveriam “reagir” às ações do presidente. A expectativa, no entanto, era a de um discurso em que o governador paulista enfatizasse as vantagens de um Congresso “independente”. Aliados avaliaram que faltou uma leitura mais adequada do cenário por parte do governador, que, em vez de fazer uma fala para agregar votos, optou pelo confronto.

No fim de semana seguinte, mais um fato desanimou a campanha em São Paulo: foi sugerido ao emedebista que ele entrasse em contato com cerca de cem parlamentares para pedir votos a indecisos e, principalmente, tentar “virar o voto” de quem já havia declarado apoio a Lira. Mas Baleia conseguiu falar com menos de 40 deputados.

O esforço de Doria em busca de votos entre os tucanos e demais políticos paulistas se limitou ao poder estadual. Na Prefeitura, comandada pelo também tucano Bruno Covas, a disputa é acompanhada à distância. Com o prefeito afastado por licença médica, o tema não entrou para a agenda diária. O vereador Milton Leite (DEM), que trabalhou pela eleição de Davi Alcolumbre há dois anos, também esteve afastado, internado com coronavírus. Aliados municipais, aliás, já dão por certa a vitória do bloco oposto.

Atrasada, a definição da candidatura de Baleia não foi unânime nem dentro do próprio bloco. O nome de Aguinaldo Ribeiro (PB), do mesmo partido de Lira, agradava mais a oposição, que acabou embarcando na escolha do emedebista, mas com voto envergonhado. Dentro do PT, por exemplo, a reunião que determinou a adesão terminou com 27 votos favoráveis e 23 votos contrários.

A união do PSDB aos petistas, ao menos nesta disputa, virou um prato perfeito para os bolsonaristas, especialmente os que ainda são filiados ao PSL. O partido mudou de lado ao longo da disputa e agora tem sua maioria pedindo voto a Lira.

“Doria já precisava mesmo se juntar a outros atores, como Luciano Huck e Sérgio Moro, para chegar a 2022. Baleia seria um desses atores. Se perder, a lista diminui. Isso sem falar que o governador vai perder a sua dupla com Maia, que levantava a bola para ele cortar sempre que se falava em governo Bolsonaro”, disse a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Preterido na disputa, Elmar Nascimento (DEM-BA) disse ao Estadão que o partido pode sim estar com Doria em 2022 e que a eleição de agora não tem uma relação direta com a sucessão ou tentativa de reeleição de Bolsonaro. “Não existe coligação definida para a eleição presidencial de 2022. Daqui até lá muita coisa vai acontecer. O DEM pode estar com Doria, como estar com Bolsonaro.”

Estadão

 

 

 

 

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