Haddad aposta na candidatura Lula em 2022
Foto: Silvia Costanti/Valor
O ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quarta-feira que apoiará a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência nas eleições de 2022. Haddad disputou em 2018 no lugar de Lula, que foi impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, por ter sido condenado por corrupção na segunda instância da Justiça.
A defesa do ex-presidente e o PT tentam agora provar que houve parcialidade no julgamento de Lula, após terem vindo à tona mensagens de celular trocadas entre o então juiz do caso, Sergio Moro, e os procuradores da Lava-Jato que acusavam o petista.
“Agora temos toda a condição de provar o golpe que foi dado na candidatura do Lula e defender que a Justiça seja feita e que ele possa disputar a eleição. O meu candidato em 18 era o Lula e em 22 continua sendo”, afirmou Haddad em entrevista em vídeo ao vivo ao portal UOL.
Ontem, o a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou os advogados de Lula a terem acesso ao conteúdo das mensagens trocadas entre Moro e a força-tarefa, em que o ex-juiz troca informações sobre a ação da procuradoria e dá sugestões.
Parte dos dados foram vazados pela imprensa e o conteúdo total dos diálogos, obtido por hackers, é alvo de uma investigação da Polícia Federal, na Operação Spoofing. A defesa de Lula sustenta que as conversas indicam atuação parcial de Moro no caso e por essa razão as sentenças aplicadas por ele devem ser anuladas.
“Eu fiquei com muita esperança ontem de que a justiça está tardando mas vai chegar. Nós tivemos uma sinalização clara do Supremo Tribunal Federal de que os crimes cometidos pelo Sergio Moro serão apurados”, disse Haddad. “Vamos usar aquelas mensagens para comprovar que Moro liderou a acusação do presidente Lula. O juiz era o 12º jogador em campo por parte da acusação. O processo não teve juiz.”
Haddad se esquivou de responder sobre sua disposição em concorrer à Presidência caso Lula siga impedido até 2022. O PT tem esperança de que, se a Justiça declarar a suspeição de Moro, possam reverter as condenações ao ex-presidente. “Tenho uma relação com Lula de mais de vinte anos. Percam as ilusões de que alguém possa me intrigar com Lula. Isso não vai acontecer. Sou amigo do Lula, correligionário, colaborador”, disse Haddad.
Questionado, o ex-prefeito disse que se sente preparado para ser presidente da República, mas que considera isso uma “missão” e uma questão de “destino”. “São circunstâncias históricas que permitem a você [se tornar presidente], com uma série de fatores”, afirmou. Haddad disse que Lula e ele colocarão “o bloco na rua” para discutir nos próximos meses com a população saídas para problemas do país. Ele citou um documento de 200 páginas formulado pela Fundação Perseu Abramo, do PT, com um plano de reconstrução econômica e social para o país. “Querem que o PT fique imobilizado. Enquanto isso [Jair] Bolsonaro fica em campanha. Não vamos fazer isso. Meu bloco tá na rua. Já tomei as providências na minha vida pessoal para ficar totalmente dedicado a esse projeto.”
O ex-prefeito cobrou os partidos de direita mas que fazem oposição a Bolsonaro – e citou o PSDB – de reagirem ao que ele classificou como “perseguição” a Lula e de fazerem um acordo com a esquerda de, em 2022, se apoiarem mutuamente se o segundo turno ficar entre qualquer um deles e Bolsonaro.
“É ridículo o PSDB não se pronunciar sobre a violência que está sendo cometida contra o Lula. Por que o PSDB não vem a público e deixa o povo decidir? Não tem um gesto da direita dita cheirosa, democrática, em relação a uma violência que está sendo cometida. Eu acho indigno que uma pessoa não venha a publico defender a honra de um cidadão que foi perseguido descaradamente”, disse Haddad.
Sobre a aliança entre a oposição e Bolsonaro, afirmou: “Deveríamos formalizar um acordo público nessa direção, entre os democratas desse país, para não acontecer o que aconteceu em 2018, qualquer que seja o resultado das eleições. Um compromisso geral, das oposições, contra esse projeto que está destruindo o país”. Haddad citou como possíveis pactuantes desse acordo os presidenciáveis João Doria (PSDB) e Luciano Huck (sem partido).
No campo da esquerda, Haddad afirmou que o PT é “um partido como outro qualquer” e “vai buscar somar o maior numero de forças políticas” para as eleições de 2022. Para o ex-prefeito, o PT trata os demais partidos de esquerda com reciprocidade e tem feito “mil gestos” de que busca alianças partidárias.
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