Partidos formam bloco contra PEC da imunidade

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Em meio a dificuldades para conseguir votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da imunidade parlamentar na Câmara, senadores indicam que o caminho deve ser ainda mais difícil na outra Casa Legislativa. Líderes de diferentes correntes políticas argumentam que o momento não é apropriado e o assunto não é prioritário.

O líder do PSD, Nelsinho Trad (MS), que representa a segunda maior bancada da Casa, avaliou que o tema não deve nem sequer ser pautado no Senado.

— Eu acho isso um absurdo, numa situação em que o Brasil está vivendo de pandemia, com várias pautas mais importantes, gente morrendo por falta de oxigênio e uma matéria como essa para poder privilegiar uma casta de privilegiados. Pelo amor de Deus, onde vamos parar desse jeito? Depois falam mal dos políticos e não sabem o porquê. Eu vou ser contra o encaminhamento de pautar isso dentro da Casa — declarou Trad ao GLOBO.

Em linha semelhante, o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), afirmou que a proposta vai ter “muita dificuldade” de aprovação na Casa.

— O que eu acho que não é correto é a gente ficar aprovando medidas em função de um determinado fato. Essa medida poderia ser discutida em um ambiente normal, mas não em função de que aconteceu isso ou aquilo, porque aí parece que a coisa está muito direcionada, passa a ser uma discussão de interesses que eu acho que terá resistência no Senado — disse Izalci.

O senador tucano pondera que o assunto da PEC é relevante para impedir que um parlamentar possa ter o mandato cassado por meio de uma decisão judicial monocrática, mas que “o momento não é oportuno”:

— Isso tinha que ter sido discutido fora do momento que está aí. Acho que vai ter resistência no Senado, sim. Com certeza no Senado não vai ter essa urgência urgentíssima. As coisas têm que ser debatidas no momento sereno.

O líder da oposição no Senado, Jean Paul Prates (PT-PR), também avalia que “o projeto que ainda está na Câmara vai ter um tratamento bem diferente no Senado”:

— Tenho conversado com vários senadores e eles consideram inapropriada a proposta. Por isso, não acredito que o Senado aprove essa maluquice. Como parlamentar, me sinto envergonhado ao ver uma PEC como essa tramitando no Congresso Nacional. O brasileiro sofre com a pandemia e o desemprego e alguém se preocupa neste momento em blindar deputados e senadores que ultrapassam a linha da legalidade? É vergonhoso.

O líder do Podemos, Alvaro Dias (PR), também prometeu que o partido vai impor resistência à tramitação do texto. Na visão dele, o tema não é “nada relevante no momento” e por isso a matéria não deve ser apreciada de maneira apressada.

— Isso está na contramão do que deseja a sociedade. É um retrocesso e não concordamos com essa manobra, especialmente da forma como se deu — afirmou.

Nas redes sociais, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) comemorou que o texto foi retirado da pauta de votações da Câmara e enviado para análise de uma comissão especial.

“Imprensa vigilante, redes socais ativas e sociedade participativa impediram votação da PEC da impunidade. Foi pra Comissão especial. Continua a vigília”, escreveu Simone no Twitter.

Na quinta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), evitou se comprometer sobre a tramitação da proposta e disse que é preciso “respeitar o senso de urgência” da Câmara. O texto tem avançado a toque de caixa na outra Casa, apesar de, nesta sexta-feira, a votação ter sido adiada.

— Foi compreendido pelo presidente Arthur Lira (PP-AL) e pela Câmara como algo necessário, diante especialmente do episódio havido com o deputado federal Daniel Silveira, e nós temos que respeitar esse senso de urgência da Câmara. Vamos avaliar ao seu tempo no Senado Federal essa PEC — disse Pacheco a jornalistas na ocasião, na quinta-feira.

O Globo 

O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia

Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.

CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99

Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.