Prefeito emedebista insulta beneficiários do Bolsa família

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Foto: Fernando Da Hora/Divulgação

O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em 2014, disse certa vez, a interlocutores, que os Coelho de Petrolina (PE) são a espécie mais feroz do reino animal. Mas é com um tom de voz manso que Miguel Coelho (MDB), prefeito de Petrolina, defende mais pragmatismo e menos ideologia na resolução dos problemas do Brasil. É um evidente discípulo da escola política em que o seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), dá aula.

Aos 30 anos, reeleito prefeito de Petrolina com 76,2% dos votos, a melhor votação nas cidades nordestinas com mais de 200 mil habitantes, Miguel Coelho tem a ambição se eleger governador de Pernambuco no próximo ano, interrompendo um ciclo de 16 anos de hegemonia do PSB. O sonho é cultivado pelo pai, que deixou o partido em 2017 e pulou para a oposição no Estado, quando ficou claro que a família Campos não o deixaria ser cacique no partido.

“De centro, um pouco à direita” é como Coelho, o filho, se define, mas assume que não perde tempo com discurso ideológico. “Ideologia de partido não existe. Com 36 partidos no Brasil, você achar que existe 36 ideologias é utopia”, afirma. “Política tem que ter vocação, paixão, mas tem que ter o pragmatismo. Só na filosofia, não resolvemos os problemas da vida, nem da política”.

Líder do governo Bolsonaro no Senado, o Coelho pai também orbitou de muito perto os governos anteriores. Foi ministro (Integração Nacional) de Dilma Rousseff e teve o seu segundo filho, o deputado Fernando Filho (MDB) nomeado ministro (Minas e Energia) no governo de Michel Temer.

O presidente Jair Bolsonaro escolheu Petrolina para fazer sua primeira visita ao Nordeste depois de eleito, em maio de 2019. Apesar da boa relação com o presidente, o prefeito aponta erros no enfrentamento à pandemia. “O presidente ficou muito preocupado com a questão econômica, mas não soube colocar isso numa frase, sempre colocando em conflito a saúde com a economia”.

Além disso, o governo “perdeu tempo” na operacionalização vacina. A reeleição de Bolsonaro, diz, dependerá diretamente do governo conseguir imunizar todos os brasileiros esse ano. “O quanto antes terminar, mais cedo virá o saldo positivo na pauta econômica”.

O prefeito defende um retorno rápido do auxílio emergencial, mas de forma regressiva, fazendo desmame. Para ele, o patamar de até R$ 1.200 de benefício é insustentável. “No orçamento não existe extra-teto, o dinheiro é a mesma fonte. Precisamos muita cautela”. Um novo programa de renda básica não pode cometer a mesma “falha estratégica” do Bolsa Família. “Sem dúvidas, foi um bom programa social, mas não apresenta porta de saída e criou uma massa acomodada”.

O discurso pode parecer incomum na boca de um prefeito de uma cidade do sertão nordestino, mas Petrolina está bem distante do estereótipo. Com 350 mil habitantes, às margens do Rio São Francisco, a cidade vive o pleno emprego, com ou sem pandemia. A fruticultura irrigada representa 26% do PIB do município. Pelo menos metade do setor de comércio e serviços, que respondem por 53% da economia, atende ao agronegócio. Por conta da concessão do auxílio emergencial para 75 mil habitantes na cidade, os empresários da fruticultura tiveram dificuldades de contratar para última safra. Foi preciso “importar” trabalhadores do Piauí e do Maranhão, conta.

Por conta da pujança do agronegócio, a Bayer fez um investimento de US$ 150 milhões no ano passado em Petrolina. Na esfera pública, a gestão de Coelho acelerou concessões e PPPs, desde a área iluminação à construção de perímetros irrigados. Nos últimos quatro anos, Petrolina recebeu quase R$ 400 milhões em recursos do governo federal via convênios. Considerando as transferências para custeio, o montante sobe para R$ 700 milhões.

Possível candidato nas eleições presidenciais, o ex-ministro Fernando Haddad ganhou em Petrolina em 2018, com mais de 60% dos votos. Em 2022, Coelho diz que o cenário é diferente, pois auxílio emergencial impactou positivamente a imagem do presidente redutos onde ele era desconhecido. “Ele larga em vantagem como qualquer candidato à reeleição”.

Para o pleito estadual, em um afago a possíveis aliados, ele menciona pelo menos sete nomes que teriam “legitimidade” para encabeçar uma chapa de oposição: Raquel Lyra (PSDB), prefeita de Caruaru, o ex-ministro Armando Monteiro (sem partido), o ex-deputado Bruno Araújo (PSDB), Anderson Ferreira (PSDB), prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Professor Lupércio (Solidariedade), prefeito de Olinda, e o deputado Ricardo Teobaldo (Podemos).

Para o prefeito, o resultado das eleições municipais revelou sinais de “fadiga de material” no PSB no Estado. Nos maiores domicílios eleitorais (Recife, Caruaru, Petrolina, Jaboatão dos Guararapes e Paulista), o PSB só ganhou na capital. “Pernambuco perdeu o protagonismo que tinha para o Nordeste. O Estado investe hoje menos do que o Maranhão”, diz, com discurso eleitoral afiado.

Aos 27 anos, o prefeito do Recife João Campos (PSB) não terá idade mínima para disputar o cargo de governador nas próximas eleições. O plano do PSB é eleger o ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB), abrindo espaço para, quatro anos depois, Campos assumir o lugar que seria do legítimo herdeiro político Campos Arraes. Se der certo, o PSB emendará o sexto mandato consecutivo em Pernambuco. “Só faltou combinar com os russos”, brinca Coelho.

Valor Econômico 

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