TV pró-Trump despenca nos EUA

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Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images

Criada em 1996, a emissora Fox News foi historicamente associada ao movimento conservador. Desde 2016, com a vitória de Donald Trump, o canal se tornou praticamente um braço da administração do republicano, influenciando a sociedade americana nos mais variados assuntos. Porém, com a derrota de Trump em novembro passado, a rede viu sua audiência despencar como nunca.

Segundo pesquisa realizada pela Nielsen Ratings, sistema de medição de audiência, a emissora terminou janeiro registrando queda de 19% na audiência em comparação com o mesmo período do ano passado. O canal, que mantinha a liderança desde 2001 como o mais assistido da televisão aberta americana, ficou em terceiro lugar no último mês.

Os líderes do ranking de janeiro foram a CNN, teve um aumento de 153% na audiência em comparação com o mesmo mês do ano passado, e a MSNBC, que registrou alta de 51%.

O último mês foi extremamaente agitado para a cobertura política americana, com a invasão ao Capitólio em Washington DC, a abertura de um segundo processo de impeachment contra Trump e a posse de Joe Biden. Ainda assim, a Fox não foi capaz de manter a audiência exibida nos meses anteriores.

Segundo funcionários da rede, os resultados podem ter relação com a cobertura enviezada do canal. “Eles estão decididos a veicular histórias que incluam Blue Lives Matter [Vidas dos Policiais Importam], qualquer coisa relacionada à antifa, impactos negativos dos protestos do Black Lives Matter [Vidas Negras Importam] que coloquem manifestantes em uma luz negativa, supostas ameaças ao cristianismo e qualquer apoiador de Trump injustiçado”, afirma um ex-funcionário, segundo reportagem do jornal The Daily Best. A opinião foi ecoada por seus ex-colegas.

As acusações de desinformação transmitidas pela emissora não são novas. Após as eleições de 2016, o canal insistiu que a Ucrânia foi a responsável pela interferência na votação, quando se sabia em todo o país que as tentativas de ingerência foram orquestradas pelos russos. A escolha editoral da rede foi interpretada como uma clara tentativa de proteger Trump, devido a sua relação com o presidente russo Vladimir Putin.

Tais desinformações ganharam ainda mais força durante a pandemia, com tentativas de minimizar os riscos causados pela doença e transmissão de informações equivocadas. A jornalista Laura Ingraham, por exemplo, afirmou logo após o ex-presidente contrair a Covid-19 que “o fato de que levou tanto tempo para ele testar positivo deve ser tranquilizador para as pessoas”.

Outro motivo para essa perda abrupta de audiência está na seleção de assuntos. Ao invés de competir com suas rivais enviando correspondentes para cobrir notícias, a rede optou por priorizar conteúdos opinativos, repletos de opiniões extremas, como o programa “Tucker Carlson Tonight”.

Após quatro anos de propaganda para o governo republicano, a emissora optou por uma ruptura no início de 2020, ao tomar uma série de atitudes que contrariaram o ex-presidente Donald Trump.

Já em setembro, as pesquisas de opinião e previsões eleitorais realizadas pela Fox News não eram favoráveis a Trump. O então presidente chegou a ligar para reclamar com a chefia da emissora.

O estopim veio na madrugada do dia 3 de novembro. Por conta da pandemia, muitos americanos optaram por votar pelo correio, fazendo com que as apurações fossem mais demoradas do que o normal. Ainda na madrugada, o candidato republicano proclamou vitória afirmando ter vencido em lugares onde não venceu, sendo criticado pelas falas “extremamente inflamatórias” pelo jornalista da emissora, Chris Wallace.

Durante esta mesma madrugada, a Fox News ainda tomou uma atitude pouco comum: deu como certa a vitória do candidato democrata Joe Biden no estado americano do Arizona (tradicionalmente republicado) com apenas 73% das urnas apuradas.

A decisão editorial rapidamente foi alvo de ataques nas redes sociais por parte de apoiadores conservadores de Trump. Segundo o New York Times, Jared Kushner, genro e assessor de Trump, chegou a ligar para o dono da Fox, Rupert Murdoch, pedindo para a rede voltar atrás em sua projeção envolvendo o Arizona. Sem sucesso, o próprio presidente teria ligado para o chefão, de acordo com a revista Vanity Fair.

Reunidos na frente da sede do governo do Arizona, em Phoenix, alguns manifestantes pró-Trump chegaram a gritar “Vergonha para a Fox”, algo inimaginável apenas alguns dias antes. Ao menos um deles carregava um rifle de estilo militar.

“Nunca antes uma emissora foi tão próxima de um chefe de Estado”, escreveram Sarah Elisson e Jeremy Barr para o jornal The Washington Post. Com as mudanças de poder, o canal parece estar lidando com uma crise de identidade.

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