Vacinação em Israel faz covid despencar

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Foto: JACK GUEZ / AFP

Israel demonstrou que um programa robusto de vacinação contra o coronavírus pode ter um impacto rápido e poderoso, confirmando, na prática, ser esta a saída plausível para o fim da pandemia. É o que cravam dois estudos locais sobre o impacto da imunização no país mais avançado na proteção de seus cidadãos contra a Covid-19.

Os estudos revelam que os casos e hospitalizações por conta da doença caíram drasticamente em apenas algumas semanas entre as pessoas que foram vacinadas com a primeria dose de um imunizante. Israel se tornou uma espécie de laboratório mundial para o combate à Covid-19 devido à velocidade de sua campanha de vacinação, e os dados compilados pelos estudos sugerem que os imunizantes funcionam quase tão bem na prática quanto nos ensaios clínicos.

“Afirmamos, com cautela, que a mágica começou”, tuitou Eran Segal, biólogo do Instituto de Ciência Weizmann e coautor de estudo sobre o impacto da vacina no país.

A pesquisa comandada por Segal partiu das estatísticas nacionais de saúde para pessoas com 60 anos ou mais que receberam a vacina da Pfizer/BioNTech. Analisando dados de seis semanas após o início da campanha de vacinação, quando a maioria das pessoas dessa idade havia sido imunizada, os pesquisadores descobriram que o número de novos casos de Covid-19 caíra 41% em comparação com três semanas antes.

Esse grupo também experimentou uma queda de 31% nas hospitalizações pelo novo coronavírus e de 24% daqueles que ficaram gravemente doentes.

O estudo também ganha relevância porque os autores conseguiram destacar outros fatores, incluindo lockdowns, que também reduzem o número de infecções. E descobriram que, mesmo levando esses aspectos em consideração, as vacinas tiveram um impacto singular.

O tamanho deste impacto ainda precisa ser determinado, mas novos dados divulgados na quinta-feira (4) por uma das maiores redes de saúde de Israel, os Serviços de Saúde Maccabi, sugerem que a proteção da vacina na prática pode ser quase tão boa quanto foi no ensaio clínico.

A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma taxa de eficácia de 95% em testes clínicos. Mas os pesquisadores alertaram em novembro que esses números podem não se sustentar na prática. Pessoas que se voluntariam para ensaios muitas vezes não representam a população como um todo. Além disso, o imunizante é difícil de administrar em grande escala porque deve ser mantido em temperaturas muito baixas (-75C) até pouco antes de ser administrado.

Mas, segundo os Serviços de Saúde Maccabi, que já haviam anunciado em janeiro uma queda de 60% nas internações por Covid-19 entre maiores de 60 anos após a primeira dose da Pfizer, de 416.900 pessoas vacinadas, apenas 254 foram contaminadas pela Covid-19 uma semana após receberem a segunda dose. Todos os casos eram leves. Comparando essas taxas com pessoas não vacinadas, os pesquisadores estimaram que o imunizante apresentou uma eficácia de 91%.

— Os dados continuam a ser muito encorajadores e a alta eficácia da vacina foi mantida — disse Anat Ekka-Zohar, diretora da Divisão de Dados e Saúde Digital do Maccabi.

Os resultados são ainda mais impressionantes, dizem os especialistas, porque Israel está lutando contra uma nova variante preocupante do coronavírus. A B.1.1.7 agora é responsável por até 80% das amostras testadas em Israel. Identificada pela primeira vez no Reino Unido em dezembro, a variante se espalhou para 72 outros países e pode ser até 50% mais transmissível.

Israel lidera o mundo na vacinação de seus cidadãos. Até agora, mais de um terço de sua população de mais de nove milhões de pessoas recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech e quase dois milhões de pessoas receberam a segunda dose.

O grupo prioritário era composto pelos cidadãos com mais de 60 anos, uma faixa etária responsável por 95% das mais de 5 mil mortes por Covid-19 no país. De acordo com o Ministério da Saúde do país, 84% dessa faixa etária já foi vacinada.

Como um país relativamente pequeno com um sistema de saúde universal altamente digitalizado, Israel se tornou um campo de testes atraente para a Pfizer. Como resultado, fez um acordo com a farmacêutica, oferecendo dados disecados da imunização em troca de um fornecimento constante de vacinas.

Apesar de seu sucesso, Israel estendeu seu terceiro lockdown nacional na última quinta-feira (4). Após uma queda no número de novos casos no fim de janeiro, a taxa média está subindo novamente.

Ainda assim, os pesquisadores encontraram esperança na capacidade da vacina de reduzir rapidamente os casos entre israelenses imunizados.

— Estou bem convencido de que estamos vendo os efeitos reais da vacinação em nível populacional — disse William Hanage, epidemiologista da Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan, que não participou do estudo israelense.

O nível de contágio da variante B.1.1.7 pode ser parcialmente culpado pelo crescimento dos casos, junto com a menor conformidade com o lockdown atual em comparação com os anteriores. E a maioria dos palestinos ainda aguarda vacinas, deixando a eles e aos israelenses menos protegidos.

Enquanto o mundo corre para conter o vírus antes que as mutações mais perigosas se espalhem, a escassez de vacinas ainda pode impedir, apesar das boas notícias trazidas pelos estudos, que outros países reproduzam com celeridade o sucesso de Israel.

O Globo

 

 

 

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