Assessor do gesto racista causou incidente internacional
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Filipe Martins, o influenciador digital que assessora Bolsonaro e esta semana fez um gesto supremacista no Senado, causou um incidente diplomático com os Estados Unidos em novembro de 2018, ainda na transição de governo, quando foi acompanhar Eduardo Bolsonaro numa viagem àquele país.
Dias após Bolsonaro ser eleito, Eduardo e Martins se preparavam para embarcar para Washington, onde se encontrariam com integrantes do Partido Republicano, quando, na véspera, um desesperado Martins recorreu a um conhecido que trabalhava na embaixada americana em Brasília pedindo ajuda: ele não tinha visto para entrar no dia seguinte aos Estados Unidos.
Era o feriado de Ação de Graças, um dos mais importantes dos Estados Unidos, e o funcionário da embaixada estava na Argentina.
O pedido de ajuda chegou ao conhecimento da então conselheira política da embaixada, Kristin M. Kane, atualmente lotada na embaixada americana em Lisboa.
Irritada, Kane escreveu uma dura mensagem para um interlocutor junto aos Bolsonaro, frisando o incômodo com o expediente de Martins.
“Não é assim que se faz política externa”, dizia a mensagem.
Foi providenciado um visto emergencial para Martins, que conseguiu embarcar com Eduardo.
Mas o alerta sobre o amadorismo de Martins ficou registrado pela embaixada.