Azevedo deixou Defesa para não sofrer pressão de golpistas

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Foto: ADRIANO MACHADO / Reuters

O general Fernando Azevedo disse a interlocutores próximos que saiu do ministério da Defesa porque não queria repetir o que viveu em maio passado. Maio de 2020 foi o mês em que bolsonaristas realizaram diversas manifestações pedindo intervenção militar e atacando o Supremo Tribunal Federal.

O mês começou com Bolsonaro recebendo e cumprimentando manifestantes na rampa do Palácio do Planalto e afirmando que “chegou ao limite”, que não iria “admitir mais interferência” e que “não tem mais conversa” com o Supremo. O presidente vivia então uma crise com a corte, porque o ministro Alexandre de Morais havia anulado em decisão monocrática a nomeação de Alexandre Ramagem para dirigir a Polícia Federal. Na ocasião, o presidente chegou a afirmar que “as Forças Armadas estão ao nosso lado”.

Em reação, Fernando Azevedo teve de divulgar uma nota dizendo que a “Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País”. É mais ou menos o teor de sua carta de demissão, em que diz: “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.”

O mês de maio de 2020 terminou com Fernando Azevedo sobrevoando uma manifestação por intervenção militar e fechamento do Congresso na Esplanada dos Ministérios, num helicóptero da Força Aérea Brasileira, junto com o presidente da República. O gesto foi entendido como uma afronta às instituições democráticas.

Nas últimas semanas, setores do bolsonarismo tem insistido com o presidente sobre a possibilidade de decretação de um estado de Defesa, em razão da vulnerabilidade política do governo na crise da Covid-19. Assim como no ano passado, a tese cresce sempre que cresce a ameaça de impeachment.

Por isso, a demissão está sendo compreendida entre os militares como uma demonstração do presidente de que “é ele quem manda” e que ele não abrirá mão de ser obedecido. Segundo um aliado muito próximo de Bolsonaro, Azevedo está saindo porque “nunca se alinhou completamente” ao presidente da República.

A saída do general Azevedo provocou tensão entre os ministros militares, que ouviram do presidente que o próximo a cair será o comandante do Exército, Edson Pujol. O general Walter Braga Netto, que comanda a Casa Civil, mais alinhado ao presidente, tem mais chances de ocupar a Defesa.

Para observadores próximos do meio militar, Braga Netto seria a solução “menor pior entre as ruins”. Isso porque, por ser bolsonarista, ele tende a acomodar as vontades do presidente. Mas, por ter ido para a reserva antes de ocupar o ministério, ele é visto como alguém que respeita minimamente os códigos e a ética militar.

O Globo 

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