Bia Kicis finalmente se cala
Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados
Cobrada por deputados de oposição e do Centrão por incitar o motim de policiais na Bahia, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF), preferiu não reagir nesta terça-feira. Em sessão da CCJ, ela foi duramente criticada por parlamentares de vários partidos.
Na segunda-feira, Kicis chamou de “herói” o policial militar da Bahia que morreu após sofrer um surto psicótico e enfrentar com tiros colegas da corporação. No post, a parlamentar associava o caso às medidas determinadas pelo governador da Bahia Rui Costa contra a Covid-19 e dizia que “chega de cumprir ordens ilegais”. Logo depois, ela apagou a publicação.
Aliada de Lira e importante liderança do Centrão, Margarete Coelho (PP-PI) pediu a palavra para dizer que a atitude de Kicis não contribuía para o andamento dos trabalhos da comissão. Em longa fala, Margarete disse que não poderia se omitir e reforçou que aquela não era uma publicação digna de “uma presidente da Comissão de Constituição e Justiça”, colegiado mais importante da Câmara.
Segundo ela, Kicis precisa “sopesar” as palavras para que não “deslustre” o seu mandato.
— Faço meu apelo no sentido de que vossa excelência perceba a liturgia do cargo e o tamanho do cargo que ocupa – disse Margarete Coelho, que pediu ainda uma mudança de postura: — Lamento pedir a vossa excelência que abra mão dessa postura nessa cadeira.
Em fala mais dura, parlamentares de oposição pediram a renúncia de Bia Kicis do comando da comissão.
— A senhora cometeu um crime, incitando motim e até mesmo guerra civil. Vossa excelência tem que se afastar imediatamente do cargo — cobrou Ivan Valente (PSOL-SP).
Orlando Silva (PCdoB-SP), também da oposição, reclamou sobre o fato de que não houve qualquer autocrítica.
— Eu imaginei, deputada Bia Kicis, que nós iniciaríamos a sessão de hoje com um pedido de desculpas. Imaginei que abriria os trabalhos e faria uma autocrítica de sua conduta. Foi uma incitação de um levante, motim policial, nas redes sociais – disse o deputado.
Assim como outros deputados, argumentou que a deputada cometeu um crime.
— A deputada cometeu crimes tipificados no Código Penal, no Código de Processo Penal, e nós vamos ficar calados? É muito grave. O mínimo que a deputada deve é uma autocrítica, um pedido de desculpas ao povo brasileiro.
Parlamentares de diferentes partidos fizeram também considerações contrárias à posição da deputada. Rubens Bueno (Cidadania-PR), por exemplo, tratou da estratégia de estimular ataques nas redes sociais.
— O que chama atenção é a deputada Bia Kicis ter falado que já tinha apagado (o post). Sou vítima de vários perfis com acusações falsas que usam conteúdo da deputada Bia Kicis. Temos o gabinete do ódio. Isso é alimentar o que há de pior no país. É para alimentar e fazer as pessoas terem acesso a coisas que nunca existiram — argumentou.
O deputado Fábio Trad (PSD-MS) também lamentou.
— (A presidência da CCJ) exige mais cautela, exige mais respeito. Faço questão de registrar o repúdio a sua postagem.
Em sessão confusa, com diversas questões de ordem reclamadas pela oposição, Kicis pediu que os trabalhos fossem normalizados. Maria do Rosário (PT-RS), então, afirmou que bolsonaristas não se importavam em usar uma morte para levantar uma bandeira política com o objetivo de confrontar estados e municípios.
— Não peça que tenhamos outra atitude que não a indignação. Tanto faz para a senhora que um policial tenha um surto psicótico ou não.
Apenas deputados bolsonaristas, como Vitor Hugo (PSL-GO), Caroline de Toni (PSL-SC) e Carlos Jordy (PSL-RJ), defenderam Bia Kicis.
— Siga firme, presidente Bia, estamos todos aqui para te prestigiar – disse Vitor Hugo.
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