
Lula acusa Lava Jato de firmar acordos internacionais sem autorização
Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Em uma petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Lula solicitou que a corte determine ao juiz da 13a. Vara Federal Criminal de Curitiba, Luiz Antonio Bonat, que conceda ao ex-presidente acesso a três pedidos de cooperação jurídica internacional que teriam sido firmados pela extinta força-tarefa da Lava-Jato.
A acusação feita pela defesa do ex-presidente é de que os procuradores teriam se articulado com autoridades estrangeiras para embasar as investigações contra Lula.
Os advogados tomaram conhecimento dos pedidos de cooperação por meio da decisão de Bonat, que remeteu ontem o caso da suposta compra de um imóvel para abrigar o Instituto Lula para a Justiça do Distrito Federal. Eles afirmam que esses documentos foram “sonegados” da defesa, tanto pelo juiz da Lava-Jato como pelos Ministério Público Federal do Paraná.
A manifestação do juiz vai na contramão do que os procuradores de Curitiba vinham afirmando em processos envolvendo o ex-presidente. Os integrantes do Ministério Público alegam que não há nenhum registro de comunicação trocada entre eles e autoridades internacionais envolvendo o acordo de leniência da Odebrecht.
“Insta registrar que, para além de se insistir na fábula de que a celebração do acordo de leniência – global e bilionário – não estaria documentado em tratativas ou comunicações com autoridades estrangeiras, a aludida decisão de piso reconheceu: (i) a realização de cooperação informal, fora dos canais oficiais (…), bem como a existência de procedimentos de gaveta em posse de procuradores da extinta “lava jato de Curitiba”, diz a petição assinada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins.