Região centro-oeste tem maiores filas por leito

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Foto: Reprodução/ Metrópoles

Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso estão entre as unidade da Federação com a maior fila de espera para um leito de UTI Covid-19 em relação ao total de leitos existentes. O levantamento inclui 17 UFs que disponibilizam as informações na internet ou responderam aos pedidos de informações do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

Na capital do país, eram 390 pessoas aguardando um leito público de UTI, às 15h de terça-feira (30/3), enquanto o espaço total (vagos e ocupados) nas unidades públicas com terapia intensiva é de 565. Assim, a fila de espera é 69%.

A reportagem recolheu informações das seguintes unidades federativas: Amazonas (AM), Bahia (BA), Ceará (CE), Distrito Federal (DF), Goiás (GO), Maranhão, Mato Grosso (MT), Minas Gerais (MG), Paraíba (PB), Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS), Rondônia (RO), Roraima (RR), Santa Catarina (SC) e São Paulo (SP).

O segundo lugar também é do Centro-Oeste. Em Goiás, são 350 pessoas esperando por uma vaga na UTI. Ao todo são 745 leitos intensivos, o que leva a uma proporção de 47%. Já no Rio de Janeiro, terceiro colocado na sondagem, a fila é de 694 habitantes para um espaço total de 1.942 (34,7%).

Das unidades da Federação com informações disponíveis, a que está em melhor situação é o Amazonas. Depois de passar por um colapso no sistema de saúde, quando chegou a faltar oxigênio para pacientes, o governo estadual determinou uma série de medidas restritivas. Hoje, a fila para UTI está zerada, inclusive o estado recebe doentes de outras localidades.

A situação no Distrito Federal é pressionada, ainda, pelo contexto vivenciado nas cidades goianas da região do Entorno. Levantamento feito pelo Metrópoles, a partir de dados da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SESGO), mostra que a parte sul do entorno tem a maior quantidade de pessoas na fila de espera por leitos de Covid-19, entre todas as macrorregiões do estado.

Na quinta-feira (25), havia 94 pessoas no aguardo por um leito de UTI ou de enfermaria. Esse número era maior, inclusive, que o total da demanda da região metropolitana de Goiânia (92), que é mais populosa.

O Entorno do DF está em situação considerada de calamidade pelo governo goiano, há mais de um mês. Os primeiros casos de variantes da Covid-19 em Goiás foram registrados na região, e a primeira morte confirmada pela variante de Manaus (P.1.) foi computada.

O caso aconteceu em Águas Lindas, uma das cidades que vive situação crítica. Também fazem parte da região: Cidade Ocidental, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.

A unidade hospitalar regulada pelo estado e que oferece leitos de UTI fica em Luziânia – na tarde da última sexta-feira (26/3), o local estava com os leitos 100% ocupados, conforme painel eletrônico mantido pela SESGO, que é atualizado em tempo real.

Foi em Luziânia, inclusive, que, por falta de leito de UTI, uma jovem de apenas 20 anos morreu em decorrência da Covid-19. Tauana Francisco do Carmo faleceu na segunda-feira (22/3).

A jovem estava internada na UPA da cidade e aguardava por um leito de terapia intensiva. Ela cursava o quinto período de ciências contábeis e trabalhava como recepcionista em uma distribuidora de bebidas.

Diferentemente do cenário do Amazonas, que hoje oferece leitos a outros estados, muitos daqueles que estavam em situação mais confortável em janeiro e ofereceram vagas para atender pacientes de Manaus estão, hoje, em situação de colapso. É o caso de Goiás, que vem mantendo média de mais de 300 pessoas à espera por leitos de UTI, nas últimas semanas.

O estado, que acolheu 48 pacientes do Amazonas, entre janeiro e fevereiro deste ano, já não consegue atender adequadamente a própria demanda. A situação se inverteu. Na terça-feira (23/3), Goiás registrou marca recorde na fila de espera por UTIs da Covid-19: 384 pessoas no aguardo de um leito.

Em cidades do interior, pacientes estão sendo intubados em salas de emergência, pronto-socorro ou em leitos semi-intensivos e improvisados. A espera ultrapassa os 10 dias, em muitos casos, e aumenta o registro de óbitos de pessoas com Covid-19 na fila por uma vaga de UTI.

Em Inhumas, que fica na região metropolitana de Goiânia, durante o período de uma semana, sete de 11 pacientes em estado grave que aguardavam por um leito de UTI na rede pública de saúde morreram. A cidade é um dos locais que passa por momento crítico, com unidades cada vez mais cheias de infectados.

Depois de 12 dias de espera, a família da aposentada Antônia Conceição de Lima da Silva, 75 anos, que já estava intubada em um leito improvisado de um hospital municipal em Inhumas (GO), desistiu de aguardar por uma solução da rede pública e apelou para uma “vaquinha”, a fim de transferir a idosa para a rede particular.

A medida foi a última alternativa encontrada pela família, que já estava desesperada ao ver a situação de Antônia. Em estado gravíssimo, a idosa teve de ser internada após complicações de sequelas deixadas pela Covid-19. Letícia Vitória Cavalcante, 20, conta que a avó pegou, ainda, uma infecção hospitalar.

A família encontrou uma vaga de UTI em um hospital de Caldas Novas (GO) e, com o dinheiro da vaquinha em mãos, conseguiu transferi-la no dia 10 de março. Seis dias depois, a idosa não resistiu e faleceu. “Se a gente deixasse do jeito que estava, ela morreria lá esperando. Achamos, hoje, que a longa espera piorou o quadro”, afirma Letícia.

Os custos de transferência foram altos: R$ 7 mil de entrada mais R$ 3 mil de diária. A família fez o que pôde para manter viva aquela que era uma das alegrias da casa. “Ela gostava muito de trabalhar. Todo dia fazia almoço para um batalhão de gente, cuidava das netas, das bisnetas. Tá sendo muito difícil ficar sem ela”, lamenta Letícia.

Metrópoles

 

 

 

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