Surto de covid complica governadores que fecharam hospitais de campanha

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução/O Globo

Diante do colapso do sistema de saúde em cada vez mais Estados, a decisão de muitos governadores de desativar os hospitais de campanha, quando refluiu a primeira onda da covid-19, passou a ser questionada.

A dúvida ganha relevância no momento em que a ministra do Supremo Tribunal Federal ordenou que a União reative leitos de UTI desmontados no momento de arrefecimento do contágio, e começa mais um jogo de empurra das responsabilidades entre União e Estados pela decisão de desativar essas estruturas.

Conversei nesta manhã com representantes de Estados de todas as regiões, que deram explicações diferentes para as estratégias também variadas que adotaram diante da necessidade de ampliar leitos ambulatoriais e de UTI, e a manutenção desses leitos.

Em São Paulo, onde foram construídas grandes estruturas de hospitais de campanha e logo desativadas, a nova diretriz tem sido construir novos leitos dentro de hospitais já existentes.

A ordem é observar a demanda nos próximos dias e, se a ocupação ficar acima de 80% de leitos de UTI, montar de novo estruturas avulsas. A estimativa é de que leve quatro dias para entregar um hospital provisório.

A justificativa para que essas estruturas tenham sido desativadas é o alto custo de sua manutenção no período em que não havia demanda nem funcionários para mantê-las.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), me disse que só foram montados três hospitais de campanha no Estado, e que a principal diretriz foi expandir prédios e criar novos hospitais permanentes.

“No segundo semestre, o número de casos estava tão pequeno que hospitais de campanha estavam vazios. Seria anti-econômico mantê-los. Anti-econômico no sentido empregado pela Constituição, do princípio da economicidade”, disse o governador.

Agora, o Maranhão já tem um novo hospital de campanha funcionando, além de outro que havia sido mantido. Os equipamentos foram doados pelo governo dos Estados Unidos. Outra unidade, em Imperatriz, vai funcionar a partir do próximo fim de semana. Além disso, segundo Dino, segue a ampliação de leitos permanentes: nesta semana haverá 72 novos no HCI em São Luís.

Helder Barbalho (MDB), do Pará, deu explicação semelhante. Ele disse que foram mantidos os hospitais de campanha para os quais havia demanda, “além de reabrir em Santarém ao tempo em que se percebeu que havia necessidade”. “Fechamos três que estavam com média de ocupação de 5% e, nesses casos, asseguramos o atendimento na rede regular”, justificou. “Não teríamos condições de manter por seis meses com essas taxas, seja pelo custo, seja pela justificativa junto aos órgãos de controle.”

A assessoria do governador Camilo Santana (PT), do Ceará, informou que os oito hospitais de campanha do Ceará foram mantidos, mesmo que tenham ficado fechados, e agora já estão todos reativados e sendo ampliados.

Em Goiás, explicou o governador Ronaldo Caiado (DEM), o único hospital de campanha desativado foi um montado pelo governo federal em Águas Lindas, “por ser de estrutura de lona”. Ele disse que foram ampliados leitos permanentes em 20 municípios.

Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, disse que optou por não abrir hospitais de campanha. “Fizemos um investimento nos hospitais próprios, nos filantrópicos e em parcerias com os privados”, afirmou. “Até agora conseguimos atender a todos os que precisaram de leitos e ainda acolhemos 36 pacientes do Amazonas e 30 de Rondônia”, afirmou.

À frente de um dos Estados com o pior quadro atual, Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, diz que também não adotou os hospitais de campanha como modelo no enfrentamento da covid-19. “Estes hospitais viabilizam apenas leitos clínicos, de menor complexidade. E não temos problema de oferta desses leitos. Nosso grande problema são os leitos de UTI”, afirmou.

Atualmente, o índice de ocupação de vagas ambulatoriais no Estado está em 62,4%. Ele disse que um dos maiores dramas hoje está na falta de equipes médicas.

O Globo

O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia

Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.

CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99

Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.