Deputados do PSOL e do DEM pedirão impeachment juntos

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A deputada Talíria Petrone (RJ), líder do PSOL na Câmara, e o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do MBL, serão os autores do manifesto do grupo de parlamentares e membros da sociedade civil que vão tentar unificar dezenas de pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro para criar um superpedido.

A ideia é aumentar a pressão para que Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, coloque um dos pedidos em pauta.

O grupo fez sua primeira reunião nesta sexta-feira (23). O encontro contou com mais de 170 participantes. Além do manifesto, ficou acertado que eles organizarão um ato público e criarão um grupo de trabalho para analisar a junção dos pedidos de impeachment em uma única peça.

A deputada Talíria Petrone, uma mulher negra, com os cabelos cacheados afastados do rosto com uma faixa, fala ao microfone. Ela aponta para a sua esquerda e veste uma bata branca.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) durante discurso – Divulgação
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que também participou do encontro, sugeriu a criação de um grupo de trabalho para tratar da comunicação do grupo.

“Há abismos que separam os partidos, parlamentares e campos políticos que estavam lá. Não são pequenas diferenças que me separam do Alexandre Frota (PSDB), do Kim, da Joice. Mas tem algo que nos unifica neste momento, que é a necessidade do impeachment do Bolsonaro para que o país possa respirar. Há um entendimento comum sobre a necessidade de interrupção do ciclo de barbárie no país”, diz Talíria.

Kim Kataguiri diz que a reunião foi um primeiro passo importante.

“A ideia é juntar parlamentares, sociedade civil, mercado financeiro, artistas, para mostrar que existe demanda da sociedade civil para que o impeachment seja pautado”, afirma.

Segundo o deputado, o manifesto foi uma iniciativa dele e de Talíria e deve se estruturar a partir das críticas à derrocada econômica e aos problemas na condução da pandemia.

“As prioridades do país não vão se resolver enquanto Bolsonaro estiver no poder, por isso a prioridade do Congresso tem que ser o impeachment”, afirma.

Joice classificou a primeira reunião como proveitosa.

“Não é um movimento da esquerda ou de uma direita que se arrependeu de ter apoiado o Bolsonaro. É um movimento que extrapola questões ideológicas e partidárias e trabalha para tirar do poder o grande inimigo do país. Se for marcado por ideologia vai ficar naquela discussão antiga e rançosa que levou o país para onde estamos”, afirma.

“A diferença de pautas vai ficar para as eleições. Agora a gente está realmente pensando nessa questão nacional. O impeachment é necessidade nacional. Foi a sugestão que fiz e que foi muito bem acatada”, completa.

Folha de SP