Doria já registrou 23 queixas por ameaças
Foto: Governo de DP/Divulgação
A Polícia Civil de São Paulo já tem 23 inquéritos abertos para apurar ameaças, algumas delas de morte, recebidas pelo governador João Doria (PSDB) em decorrência das ações adotadas para o enfrentamento da pandemia. Em pelo menos três desses inquéritos a polícia investiga ligação entre autores de ameaças e integrantes de grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro responsáveis por protestos na casa do governador, nos Jardins, zona sul da capital.
A mudança de Doria para a ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, na zona sul, se deu em parte por causa das ameaças, em parte por causa dos protestos. Algumas das mensagens recebidas por Doria são explícitas ao ameaçar de morte o governador e sua família, com indicação de detalhes da rotina deles, segundo relatos de assessores. Elas são levadas a sério pela Casa Militar do palácio, que, além de recomendar a mudança, adotou uma série de protocolos de segurança adicionais para a escolta de Doria em eventos.
Outro motivo para a mudança foi a avaliação de que a hostilidade dos manifestantes que vinham fazendo protestos em frente à casa de Doria poderia gerar reações dos agentes da PM enviados até o local, e que um eventual confronto entre policiais e manifestantes poderia ser explorado politicamente por adversários bolsonaristas.
Entre os 23 inquéritos, parte deles está a cargo da Delegacia de Crimes Eletrônicos da Polícia Civil e apura crimes de injúria e ameaça. Eles foram abertos a partir de ataques postados contra Doria nas redes sociais ou mensagens dessas redes enviadas ao perfil do governador.
Há 15 investigações, entretanto, que foram concentradas na Delegacia Antissequestro, uma equipe especial da Polícia Civil. São inquéritos que foram instaurados após pedido de advogados de Doria, que fizeram representação para denunciar ameaças recebidas em e-mails do governo e no celular.
A investigação mais adiantada chegou à identificação de 45 pessoas, moradoras de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Segundo um policial civil que trabalha no caso, foi vazado a este grupo o número de celular particular de Doria e, então, eles passaram a xingá-lo e ameaçá-lo. Todos eles foram identificados, uma vez que usaram seus próprios telefones para fazer as ameaças.
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