Flávio Bolsonaro surta com CPI em grupo de senadores

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Foto: REUTERS/Adriano Machado

A instalação da CPI da Covid evidenciou o afastamento entre o governo e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em fevereiro, Pacheco foi eleito presidente da Casa contando com o apoio do Palácio do Planalto.

Antes mesmo da reunião da comissão, na terça de manhã, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, cobrou Pacheco no grupo que senadores mantêm nas redes sociais (leia a íntegra ao final deste texto).

Segundo relatos ao blog, Flávio Bolsonaro demonstrou, nas mensagens, forte contrariedade com o fato de o presidente do Senado ter desconsiderado uma decisão de um juiz federal de Brasília, que havia suspendido a eventual indicação de Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI.

Posteriormente, a decisão foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede na capital.

No grupo de senadores, Flávio Bolsonaro questionou por que Pacheco não agiu da mesma forma que agiu quando o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instalação da CPI.

Para o filho do presidente Jair Bolsonaro, o STF “estuprou a instituição Senado Federal”. Rodrigo Pacheco, então, respondeu que a decisão judicial sobre Renan era “inexequível”, já que cabe ao presidente da CPI indicar o relator.

Sobre a decisão de Barroso, referendada pelo plenário do Supremo, Pacheco disse que, apesar de discordar do mérito, a determinação “se impunha”, por reconhecer direito “líquido e certo da minoria do Senado para instalar a CPI, invocando precedentes no mesmo sentido”.

Rodrigo Pacheco terminou dizendo que “são situações absolutamente distintas e que não revelam incoerência da presidência do Senado”.

Flávio Bolsonaro, crítico do isolamento social, assim como o pai, rebateu Pacheco. Disse que a CPI, neste momento, é “desumana” e que esperava que o presidente do Senado não fosse “responsabilizado” após “morrer o primeiro senador, assessor ou funcionário do cafezinho que estivesse trabalhando na CPI”.

Em mais uma resposta, Rodrigo Pacheco disse ter “grande preocupação com a saúde dos senadores” e que, por isso, determinou “todas as cautelas para garantir a segurança sanitária dos envolvidos”.

A mensagem de Pacheco foi respondida mais uma vez por Flávio Bolsonaro, que disse que o presidente do Senado está “assumindo o risco”.

A cobrança se repetiu publicamente mais tarde, quando Flávio falou em “ingratidão” de Pacheco, o que evidenciou, pela primeira vez desde a eleição para a presidência do Senado, o distanciamento entre Pacheco e governo.

Íntegra
Leia a íntegra da troca de mensagens entre Flávio Bolsonaro e Rodrigo Pacheco:

Flávio Bolsonaro: “Só fica a pergunta: pq o Presidente @RodrigoPacheco não fez o mesmo com decisão do ministro Barroso, que estuprou a instituição Senado Federal?”

Rodrigo Pacheco: “Caro Flávio, A pergunta é pertinente e eu a respondo, até para ciência dos colegas. Por certo, não foi por alinhamento ideológico com quem é a favor ou contra a CPI. Isso não me motivaria. Aliás, sobre a CPI, já manifestei e é conhecida minha posição acerca da inconveniência do momento. O fato é que a decisão do Juiz federal me impõe algo inexequível, pois me exige não submeter o nome do senador Calheiros a uma “eleição” para relator no âmbito de um órgão que terá presidente próprio. Não há meio, forma ou lógica para cumprimento, uma vez que escolha de relator se dá por designação, ato, aliás, interna corporis. A decisão do Ministro Barroso, por sua vez, corroborada pelo pleno do STF, reconhece direito líquido e certo da minoria do Senado para instalar a CPI…”

Flávio Bolsonaro: “Prezado Presidente, a CPI nesse momento é desumana. Espero que após morrer o primeiro Senador, assessor ou funcionário do cafezinho que estiver trabalhando na CPI, o presidente do Senado não seja responsabilizado. Pq o processo, certamente, não será contra o presidente da CPI.”

Rodrigo Pacheco: “Caro Flavio, tenho grande preocupação nesse sentido. Por isso determinei todas as cautelas para garantir a segurança sanitária dos envolvidos. A disciplina dos colegas que participarão da CPI será fundamental. Preservemos a saúde de todos!”

Flávio Bolsonaro: “Desculpe, Presidente. Se estivesse mesmo preocupado faria presencial após todos estarem vacinados, senadores, assessores e funcionários da Casa. Da forma como quer, está assumindo o risco, obviamente. Gostaria de saber, quantas vacinas no braço do povo a CPI trará???????? Vamos investigar sim, após superar à pandemia. O Senado está demonstrando, com essa postura, que vacina ficou em segundo plano, o importante passou a ser atacar o governo federal. Lamentável esse descompromisso com a vida!”

G1

 

 

 

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