Bolsonaro está perdendo força na internet

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Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

O presidente Jair Bolsonaro vem perdendo força na internet. Embora ainda ostente o posto de líder isolado em todas as plataformas relevantes e em qualquer critério de medição que se estabeleça, séries históricas sistematizadas pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV) mostram que interações e visualizações nos perfis oficiais de Bolsonaro no Facebook, no Instagram e no YouTube caíram quase à metade, dependendo do recorte comparativo que se faça.

O desempenho do presidente no Facebook ilustra bem a dimensão da queda. Em março e abril do ano passado, o perfil oficial de Bolsonaro marcou seus recordes de interações (soma de comentários e marcações de reação ao post). Foram 31,8 milhões no primeiro mês e 34 milhões no mês seguinte. Mas nos últimos seis meses, Bolsonaro conseguiu superar a barreira de 20 milhões apenas uma vez. Foi em março, quando marcou 20,6 milhões. Em abril, não havia alcançado 18 milhões até o dia 27, data do encerramento do estudo.

Alterações parecidas foram registradas nos perfis oficiais do presidente no Instagram e no YouTube. A aparente exceção ocorre no Twitter. Aparente porque a plataforma só permite coleta de dados desde outubro de 2020, o que prejudica a comparação com as demais ferramentas. Nessa série temporal menor, o desempenho do presidente, medido em número de retuítes, cresceu no período mais recente.

O estudo da DAPP, sistematizado a pedido do Valor, reuniu dados acumulados dos perfis de Bolsonaro e de outros dez nomes cotados para disputar a Presidência em 2022. No caso de Facebook, Instagram e YouTube, as séries começam em janeiro de 2020. No total, foram computadas 69,3 mil publicações que, juntas, geraram 1,4 bilhão de interações e 3,99 bilhões de visualizações acumuladas nas quatro plataformas. Com base nisso é possível estabelecer e comparar, a um ano e meio da eleição, a força digital de cada possível postulante à Presidência.

Para o pesquisador Marco Aurélio Ruediger, coordenador do levantamento da DAPP, os perfis de Bolsonaro perdem força porque o presidente vem sofrendo desgaste de imagem com a má gestão da pandemia e com a crise econômica. “As pessoas estão cansadas, começam a perceber que a promessa que ele representava era distinta disso tudo que está ocorrendo”, afirma.

Professor da Universidade de São Paulo que se especializou em estudos sobre movimentações políticas nas redes sociais, Pablo Ortellado suspeita que alterações feitas pelas plataformas em seus algoritmos de distribuição de postagens também podem ter influenciado. As empresas, porém, mantêm sigilo sobre essas informações, o que dificulta a confirmação.

Apesar dos registros de queda, a perda de força dos perfis de Bolsonaro ainda parece muito longe de representar uma ameaça à sua liderança folgada nas principais plataformas. Na disputa das redes, a vantagem do presidente sobre seus concorrentes continua sendo bastante expressiva.

O caso do Facebook também é útil para ilustrar essa diferença. Embora as interações no perfil de Bolsonaro em abril tenham caído quase à metade na comparação com o mesmo mês do ano passado (de 33 milhões para 18 milhões, em números arredondados), o volume total registrado pelo presidente no mês ainda é 47% maior que a soma das interações dos outros dez perfis de presidenciáveis analisados no estudo. O perfil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o segundo colocado neste critério, alcançou 3,8 milhões de interações.

Ruediger chama a atenção para a capacidade de mobilização da militância bolsonarista nas redes sociais. “É uma base muito engajada, muito acima do que ocorre com qualquer outra figura, e que responde rapidamente mesmo no auge da crise, o que é muito impressionante. As grandes mobilizações bolsonaristas ocorrem sempre que há um episódio chamativo que envolve o presidente. E esses episódios ocorrem, ou são provocados, toda semana”, afirma.

O estudo mostra variação de performance de alguns personagens em diferentes plataformas. Ciro Gomes (PDT), por exemplo, tem desempenho notadamente melhor no YouTube. Já o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido) é segundo que mais acumulou interações no Facebook, mas consegue alcance muito abaixo dos demais no Twitter e não tem participação no YouTube. Seus últimos picos nas redes foram com mensagens que fazem referência ao programa “Big Brother Brasil”.

Os números de Lula melhoraram após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que restabeleceu sua elegibilidade.

Embalado pela campanha para prefeito de São Paulo em 2020, Guilherme Boulos (Psol) consegue, na comparação com os demais, manter bom desempenho em todas as frentes.

Valor Econômico

 

 

 

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