Confira a arma usada na chacina de SC
Foto: Reprodução
Apontado como o responsável pelo ataque que causou cinco mortes nesta terça (04) em uma creche na cidade catarinense de Saudades, Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, escolheu uma faca inspirada em uma espada ninja para cometer os crimes.
De acordo com um parente do acusado, a faca foi comprada em uma grande plataforma de varejo digital dias antes da ação que causou a morte de três crianças e duas professoras da unidade de educação. A arma branca, de fabricação nacional em lâmina de aço inoxidável, é inspirada no modelo conhecido como “Red Guardian Ninja Sword”, produzido nos Estados Unidos.
“Ele chegou a mostrar a faca aos seus pais na semana passada. Disse que havia comprado em um site conhecido de compras. E avisou que iria atrás de um suporte de parede para deixar a faca como objeto de decoração. Falou que era uma faca decorativa”, disse João Erotildes dos Reis, casado com uma tia de Fabiano, em entrevista ao GLOBO.
Após a tragédia, ele conversou com os pais de Fabiano Kipper Mai, que mencionaram a compra da faca pela internet realizada pelo filho. O GLOBO entrou em contato também com a mãe do acusado. Ela disse que estava sem condições de falar sobre o assunto e mencionou que “seu coração estava sangrando de dor”.
Com a arma inspirada numa espada ninja, Fabiano cruzou o acesso principal do Centro de Educação Infantil Aquarela por volta das 10h30 desta terça (4).
Encontrou pelo caminho sua primeira vítima, a professora Keli Aniecevsk, de 30 anos, morta a golpes de faca perto da entrada da unidade.
Depois, matou a professora assistente Mirla Renner, de 20 anos. E então, esfaqueou quatro crianças que estavam em sala de aula. Três morreram: Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses. A quarta criança estava internada em estado grave em uma UTI.
Algumas professoras conseguiram trancar as portas antes da aproximação do homem. Os gritos de desespero chamaram a atenção de vizinhos e pessoas que trabalhavam nos arredores.
Dois moradores entraram no colégio munidos com pedaços de madeira e seguiram em direção ao Maternal 3.
Ao perceber a aproximação, o criminoso cortou o próprio pescoço com a faca utilizada para matar suas vítimas. Ele não conseguiu concluir a tentativa de suicídio e ficou estirado no chão.
“Ele estava sangrando bastante, mas permaneceu consciente. Perguntava quantas pessoas tinha matado. E dizia que queria morrer”, diz o soldado Raphael Blazech, do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, que fez parte do primeiro grupo da corporação a chegar ao Centro de Educação Infantil Aquarela, minutos após o ataque.
O acusado foi levado para um hospital na cidade de Chapecó. Até a publicação desta reportagem, seu quadro clínico era classificado como grave. O caso é investigado pelo delegado Jerônimo Marçal Ferreira, da Delegacia de Polícia Civil de Pinhalzinho, em Santa Catarina.