Das favelas do Rio à polícia: “Parem de nos matar”
Foto: Aline Massuca/ Metrópoles
No dia seguinte à operação mais letal da história das polícias no Rio de Janeiro, os moradores da favela do Jacarezinho, na zona norte, amanheceram com o policiamento reforçado em toda a região, especialmente nos acessos à comunidade, onde moradores fazem manifestações protestando contra a ação policial.
Ao todo, 25 pessoas morreram na ação: 24 criminosos, segundo a polícia, e um agente da Delegacia de Combate às Drogas, baleado na cabeça.
Nesta sexta-feira (7/5), o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, por meio de seu porta-voz Ruppert Colville, em uma coletiva de imprensa, em Genebra, disse que a entidade está “profundamente perturbada” com as 25 mortes na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.
No ato dos moradores, faixas e cartazes pedem o fim das polícias e das operações com mortes nas favelas. Moradores de outras comunidades, como o Complexo do Alemão e de Manguinhos também seguiram para a Avenida Dom Helder Câmara para apoiar o ato.
Outras manifestações estão programadas ao longo do dia e para o fim de semana. Não há operações policiais na comunidade nesta sexta-feira.
O alto número de mortes pode, segundo a polícia, ter origem no vazamento de dados sobre a investigação e sobre a operação na favela. Durante a ação de quinta-feira (6/5), os agentes apreenderam documentos com informações do inquérito que resultaram na Operação Exceptis.
As páginas, com o timbre do Ministério Público do Rio eram reproduções da denúncia feita pela promotoria contra os criminosos identificados e que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. O Metrópoles teve acesso com exclusividade ao material. O MP ainda não comentou o vazamento.
Enquanto isso, familiares do policial André Leonardo Frias se despedem do agente, que está sendo velado e será enterrado às 15h30 no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio.
Ainda não há informações sobre a liberação dos outros 24 corpos, que foram levados ao Instituto Médico-Legal para exames cadavéricos.
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