Garimpeiros voltam a atacar Yanomamis em Roraima

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Foto: Reprodução/ O Globo

A Associação Hutukara Yanomami afirmou que a comunidade Palimiú, em Roraima, voltou a ser atacada na noite deste domingo. Desta vez, além de tiros, os indígenas relataram o uso de bombas de gás pelos garimpeiros. A aldeia, que fica a 260 km da capital Boa Vista, próxima ao município de Alto Alegre, já registra cinco ataques em uma semana. A Justiça Federal determinou na última quinta-feira que a União mantenha tropa “permanente” no local, mas até agora a Polícia Federal e o Exército só fizeram viagens de bate-volta.

De acordo com os relatos dos indígenas, 15 barcos de garimpeiros se aproximaram da comunidade para dar início ao ataque durante a noite e que havia muita fumaça após os tiros. “Os olhos estavam ardendo, indicando o disparo de bombas de gás lacrimogênio . Eles estavam muito aflitos e gritavam de preocupação ao telefone. Ao fundo, era possível escutar o som dos tiros. A situação é grave”, afirma em nota o vice-presidente da Hutukara, Dario Kopenawa.

– Ontem à noite às 21:43 horas, novamente os garimpeiros atacaram os Yanomami. Eles usaram bomba caseira na comunidade de Palimiú. As crianças apresentam fraqueza, muita dor na garagante e dificuldade de respirar. A Situação continua tensa por lá – diz Kopenawa em mensagem de áudio.

Lideranças Yanomami confirmaram neste sábado que duas crianças, uma de 1 ano e outra de 5 anos, morreram afogadas durante o ataque de garimpeiros à comunidade Palimiú na última segunda-feira. Uma das vítimas é filho do cacique Fernando Palimi Thëri.

“Duas crianças faleceram no episódio de segunda-feira, 10. Após todos terem corrido dos tiros, elas ficaram perdidas. No dia 11, os adultos saíram à sua procura. No dia 12, encontraram os 02 corpos caídos na água”, afirma a Hutukara Associação Yanomami.

Neste domingo, O GLOBO revelou que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando um esquema de contrabando de armas e drogas com as “digitais” de duas facções criminosas, uma paulista e outra venezuelana, no Rio Uraricoera, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. A região é a mesma onde tem ocorrido conflitos armados entre garimpeiros ilegais e indígenas da Terra Yanomami. Os investigadores não descartam a ligação de bandidos com os sucessivos ataques à comunidade Palimiú.

Os indígenas relatam preocupação com ameaças:

“Nesse momento, a comunidade de Palimiu está sem nenhuma assistência de saúde: os profissionais de saúde foram removidos por conta dos tiroteios. Também não tem nenhuma força pública de segurança permanente do local, e os garimpeiros continuam diariamente amedrontando a comunidade. Os garimpeiros estão circulando ao redor da comunidade armados em barcos. Na noite do dia 14 de maio entraram na comunidade, mas os Yanomami tinham fugido do mato para se proteger”, dizem os yanomami.

Na terça-feira, um dia após o ataque, agentes da PF trocaram tiros com garimpeiros quando foram fazer uma diligência na comunidade de Palimiú.

O estopim para o ataque dos garimpeiros teria sido a apreensão de quadriciclos, 990 litros de combustível e materiais usados no garimpo. Nos áudios obtidos pelo GLOBO de supostos garimpeiros falando em grupo de mensagens, há diversas citações de que quem estava seguindo para acertar as contas com os índios eram “homens armados de fuzis e metralhadoras da facção”.

O Globo

 

 

 

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