Jean Wyllys vai se filiar ao PT

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Foto: Corbis/Getty Images

Depois de assistir com entusiasmo à vitória do presidente norte-americano Joe Biden e a devolução dos direitos políticos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, Jean Wyllys decidiu voltar à cena política. Para isso, o ex-deputado federal, de 47 anos, anunciou a VEJA sua saída do Psol e a filiação ao PT, marcada para a próxima segunda-feira, 24. Além dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e da deputada federal Gleisi Hoffmann, à frente da legenda, a cerimônia online contará com a participação de nomes internacionais de peso, como Geneviève Garrigos, ex-presidente da Anistia Internacional francesa; a prefeita de Barcelona, Ada Colau; o ativista de direitos LGBT James Green; a deputada Marisa Matias, do Parlamento Europeu; e Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, morta em março de 2018.

Exilado na Europa há mais de dois anos, Wyllys explica a decisão: “As pesquisas mostram que Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é hora formar uma frente democrática, não fragmentá-la”. Vivendo hoje em Barcelona, onde se dedica ao doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Barcelona, custeado pela fundação Open Society, Wyllys diz que só pretende voltar ao Brasil quando sentir que sua integridade física não está em risco. “Há quem diga que renunciei ao meu terceiro mandato e saí do país porque quis, mas a verdade é que estava sendo vítima de uma série de ataques. Fui obrigado a deixar o país porque a Marielle, minha amiga e companheira de partido que vivia na mesma cidade que eu, foi executada sem receber uma ameaça de morte sequer e eu tinha várias delas. O exílio tirou de mim o convício com os amigos e a família”, afirma.

Diferente do que muitos podem pensar, Wyllys não pretende voltar a se candidatar a um cargo eletivo nem vislumbra ser nomeado a um cargo dentro do governo, caso Lula vença o pleito do ano que vem. Sua ideia é ajudar a elaborar um programa de governo que se comprometa com a agenda econômica sustentável, a defesa dos Direitos Humanos e o combate à disseminação de informações falsas, as chamadas fake news – das quais ele próprio foi vítima e tema sobre o qual desde então vem pesquisando. “Da política ampla não vou sair nunca, até porque sou um estudioso que analisa o que vem acontecendo no Brasil, mas não tenho o desejo de voltar a concorrer. Hoje, o que quero é ajudar a reconstruir o Brasil e abraçar a minha mãe”, diz.

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