Lula influencia CPI da covid

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Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

Longe dos holofotes da CPI da Covid, recordista em Ibope na história recente do país, Luiz Inácio Lula da Silva trabalha avidamente para conscientizar sua tropa sobre a importância de se utilizar os trabalhos da comissão para alvejar Jair Bolsonaro, o seu maior adversário nas eleições do ano que vem. O petista tem encarado a CPI como uma trincheira fundamental no sucesso de sua caminhada eleitoral de 2022.

Em sua recente passagem por Brasília, cerca de três semanas atrás, Lula se reuniu com boa parte da bancada do PT no Senado. Mais recentemente, participou de encontros virtuais com outros correligionários. Em todas as conversas, ele frisou que o partido deve centrar esforços para expor as vísceras do governo em praça pública até o fim da CPI. Para Lula, a prioridade deve ser atrelar ao máximo a imagem de Bolsonaro ao – até agora – meio milhão de cadáveres produzidos pela pandemia no Brasil. Ele também argumenta que o sucesso de audiência das sessões reflete fielmente o apelo do assunto junto ao povo, ou melhor, o eleitorado.

A artilharia petista dá sinais de que absorveu o senso de urgência transmitido pelo chefe. Humberto Costa (PE), principal nome da legenda no colegiado, passou a chegar mais cedo ao Senado para ser um dos primeiros inscritos a falar nas reuniões da comissão – de preferência, logo após o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). O PT abriu em seu canal no youtube um espaço exclusivo para transmitir as sessões, com direito a análises e comentários feitos por quadros da sigla – com todo o partidarismo que pode se esperar.

Lula também tenta deixar claro que considera importante disputar as ruas com Bolsonaro. Por isso, o PT se envolveu desde o início com o planejamento da manifestação do dia 29. A presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, participou ativamente das reuniões com os movimentos sociais e centrais sindicais – os principais organizadores do ato – e emitiu orientação para que a militância do partido compareça em peso na manifestação.

A estratégia inicialmente definida era de que Lula não deveria colocar as digitais na manifestação para que não parecesse que ele está agindo em causa própria e para que pudesse abranger um segmento maior da sociedade que está descontente com Bolsonaro, o que inclui também gente do centro e da direita. O objetivo também é avaliar se a adesão será grande num momento em que os casos de contaminação e internação por Covid-19 começaram a voltar a crescer em diversas localidades do país.

Nos últimos dias, o ex-presidente começou a ser pressionado por seus seguidores a se envolver mais nas manifestações do dia 29. Nesta sexta-feira, dia 28, ele tuitou que sua “vida política” se deu na rua. “Acha que tenho medo dele (Bolsonaro)? Eu nasci na rua, minha política é na rua”.

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