Mourão reconhece que pratica “falta de ética”

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Foto: Romário Cunha/VPR

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou hoje que não considera “ético” acumular remunerações no serviço público acima do teto do funcionalismo, mas ele não pretende abrir mão do benefício. Uma portaria assinada pelo Ministério da Economia permitiu a soma de valores de aposentadoria e função comissionada, o que beneficiará Mourão, o presidente Jair Bolsonaro e ministros, entre outras autoridades.

Mourão foi questionado hoje se abrirá mão de acumular os dois salários, o que elevará sua remuneração mensal bruta a aproximadamente R$ 63 mil, e disse que avalia doar parte do valor.

“Estou pensando no que vou fazer, não sei se doo para uma instituição, para o meu partido [PRTB]”, afirmou o vice, em entrevista ao portal UOL. “R$ 63 mil é o salário bruto, tira o imposto de renda, pensão militar, todos os descontos, vai dar uns R$ 40 mil, acima do teto de gastos, que é de R$ 39 mil”.

Mourão ponderou que a decisão de permitir o acúmulo de salários segue entendimento do Supremo Tribunal Federal e foi da equipe econômica, não de Bolsonaro. “Continuo com a mesma posição, é legal, mas não considero ético no momento que isso aconteça”, pontuou.

Até agora, o servidor público aposentado que assumia um cargo comissionado estava sujeito ao limite de R$ 39,2 mil de remuneração. Caso a soma dos salários ultrapassasse o valor, seria aplicado o “abate-teto”. Com a nova regra, a verificação será feita para cada remuneração.

O governo calcula que o impacto nos cofres públicos será de R$ 181,3 milhões neste ano.

Na entrevista ao UOL, Mourão também comentou o andamento da CPI da Covid. Embora não esteja envolvido nas articulações sobre a comissão, o vice opinou que as sessões têm servido para colocar holofotes em autoridades que estavam “esquecidas”.

“A CPI hoje trouxe à luz algumas figuras da política que estavam esquecidas e que reapareceram vestindo uma camisola nova, de virgem”, disse.

Em outras oportunidades, Mourão já havia criticado o destaque conquistado pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). O vice voltou a admitir que o Planalto poderia ter assumido papel diferente durante a pandemia, adotando uma coordenação nacional, e classificou o governo como “responsável por tudo o que aconteça ou deixa de acontecer”.

Mourão considera “difícil”, porém, uma responsabilização de Bolsonaro ou seu impeachment por não enxergar crime de responsabilidade e “pressão popular para isso”.

Ao contrário de Bolsonaro, Mourão defende a necessidade de avanço da vacinação. Questionado hoje sobre a insistência do governo em incentivar o uso de cloroquina no tratamento da doença, que é contraindicada pela maioria dos órgãos de saúde por não ter efeito contra a doença, o vice contemporizou a discussão.

“Essa é uma discussão em que nem os médicos se entendem. Óbvio que há diversas opiniões a esse respeito. Eu, por exemplo, tive covid, tomei a cloroquina e comigo funcionou. Com outras pessoas não funciona”, argumentou. “Leigo não deve entrar numa discussão técnica, essa é minha visão”, finalizou.

Valor Econômico 

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