PF usa ação contra Salles para mostrar independência de Bolsonaro

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Foto: Reprodução

A Operação da Polícia Federal que teve como alvo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, trouxe “alívio” para boa parte dos integrantes da corporação. Muitos policiais estão incomodados com a imagem da PF associada a uso político pelo governo Bolsonaro, ou seja, com a percepção de que a PF tem agido a reboque de orientações do presidente. A avaliação deste grupo é que a investigação focada em Salles ajuda a reforçar o papel da corporação, que é uma polícia de Estado e não partidária.

Delegados destacam, porém, que o desejo de mostrar independência de Bolsonaro não tem relação alguma com as motivações da operação. A ação contra o ministro do Meio Ambiente foi deflagrada devido às suspeitas de crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando que pesam sobre ele e empresários do ramo madeireiro.

Como a coluna informou, após Salles ser alvo de buscas da PF, ele foi até o Palácio do Planalto, onde se reuniu com Bolsonaro e o ministro da Justiça, Anderson Torres, ao qual a corporação está vinculada.

Apesar de não ser usual, o encontro de Torres com um investigado logo depois que ele foi alvo de uma operação não foi motivo de preocupação entre policiais. Delegados relataram à coluna que o cargo de Torres é político e que ele pode ter esse tipo de conversa. Alertaram, no entanto, que paira sobre a PF o receio de que o órgão possa sofrer retaliações por investigar um aliado de primeira ordem do presidente.

O Globo