Quatro pontos do depoimento de Teich complicam Bolsonaro

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

No segundo dia de depoimentos na CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirmou ter pedido demissão do governo Jair Bolsonaro em maio de 2020 por não ter tido autonomia à frente do ministério, situação que ficou mais evidente com as divergências com o presidente em torno da cloroquina.

Em depoimento de cerca de seis horas dado à comissão nesta quarta-feira (5), Teich evitou críticas abertas a Bolsonaro, ao contrário do que fez seu antecessor na Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no dia anterior.

Veja abaixo quatro pontos do depoimento.

FALTA DE AUTONOMIA
Teich permaneceu apenas 29 dias no cargo, entre abril e maio de 2020, optando pelo pedido de demissão por não contar com “autonomia” e “liderança” diante do combate à pandemia.

“[As razões da minha saída] se devem, basicamente, à constatação de que eu não teria a autonomia e a liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo”, disse.

PRESSÃO PELO USO DA CLOROQUINA
“Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19”, afirmou Teich em seu depoimento.

“Enquanto a minha convicção pessoal, baseada em estudos, era de que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar [o uso da cloroquina], existia um entendimento diferente por parte do presidente, que era amparado na opinião de outros profissionais, até do Conselho Federal de Medicina, que, naquele momento, autorizou a extensão do uso.”

GOTA D’ÁGUA COM BOLSONARO
Teich foi questionado pelos senadores da CPI se houve um fato específico que teria sido a gota d’água para a sua demissão. Respondeu que foi uma sequência de falas do presidente.

Na primeira fala, Bolsonaro disse que o ministro da Saúde precisava estar afinado com o presidente. Depois afirmou a empresários que seria necessário expandir o uso da hidroxicloroquina.

“À noite, tem uma live, onde ele [Bolsonaro] coloca que espera que, no dia seguinte, vá acontecer isto, que vai ter uma expansão do uso. E aí, no dia seguinte, eu peço a minha exoneração”, afirmou Teich.

ECONOMIA X SAÚDE
O ex-ministro criticou uma incompatibilidade que, segundo ele, foi criada pelo governo federal, envolvendo economia e saúde. Bolsonaro mantém discurso desde o início da pandemia em oposição a políticas de distanciamento social para não afetar a atividade econômica.

“Quando você discute distanciamento, você não está discutindo distanciamento de dinheiro ou em liberar a economia, você está falando da vida das pessoas. Esse é que foi o grande problema que eu achei. A gente tratou economia como dinheiro e saúde como vida, mas é uma coisa só”, afirmou Teich.

Folha de S. Paulo

 

 

 

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