Tribunal do DF suspende investigação contra Lula após “fatos novos”
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O juiz substituto da 10a Vara Federal Criminal do Distrito Federal, Frederico Viana, suspendeu os depoimentos de Lula, do seu filho Luís Cláudio, e de todos acusados na ação que apura a compra de caças suecos no governo Dilma Rousseff. O depoimento do ex-presidente estava marcado para o dia 27 de maio e de Luís Cláudio para o da 28.
O magistrado acatou um pedido da defesa que solicitou a suspensão dos depoimentos alegando que novos elementos surgiram no processo, como o pedido de suspeição envolvendo os procuradores do Ministério Público do Distrito Federal que formularam a denúncia contra os acusados.
Na peça, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirma os investigadores do DF agiram em parceria com os procuradores da Lava-Jato de Curitiba. A defesa aponta os paranaenses com os “idealizadores” da denúncia no caso dos caças. O advogado sustenta essa tese com base nas mensagens hackeadas da Lava-Jata às quais ele teve acesso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Fundamentam seu pedido, também, na alegação de que os Exceptos articularam com Procuradores da República que atuavam na “Operação Lava Jato em Curitiba” para realização de contatos irregulares com a Receita Federal e autoridades estrangeiras, além de terem discutido previamente à sua realização, a respeito do depoimento de Antonio Palocci, tudo com o objetivo de buscar sustentação a falsas acusações contra os Excipientes, construídas por ilação, segundo sustentam”, escreveu o juiz Frederico Viana.
O advogado de Lula argumenta ainda que a ação foi feita a partir do material da investigação do triplex, que não pode ser usado após o Supremo Tribunal Federal decidir pela suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que sentenciou o caso na primeira instância.
O juiz Frederico Viana. determinou que o Ministério Público Federal do DF se manifeste em 30 dias sobre o uso do material da Lava-Jato de Curitiba na denúncia dos caças. Até lá, os depoimentos de todos os acusados estão suspensos. Nesta ação, o petista é acusado de participar de negociações irregulares para a compra de 36 caças Gripen, fabricados pela empresa sueca Saab. Os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015.