Aras empurra para subalterno tentativa de blindar Bolsonaro
Foto: Reprodução/ Estadão
A um interlocutor, Augusto Aras disse não haver espaço para interferência no Ministério Público e que a prerrogativa de autonomia funcional é “sagrada”. Foi assim, segundo ele, no caso do inquérito dos atos antidemocráticos, cujo arquivamento foi proposto pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros. A conta, porém, acabou indo para Aras. De acordo com o PGR, só quando há abusos a autonomia pode ser quebrada. Aras também afirmou não ter havido arranhão na relação dele com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
Nessa toada, estatísticas da atuação da Procuradoria-Geral da República em várias frentes serão apresentadas a Augusto Aras nos próximos dias.
Empenhado em ser percebido como um gestor, o PGR quer mostrar também que não concentra poder e que delega a condução de grandes temas aos subprocuradores.
Se para alguns parlamentares o arquivamento foi um alívio, para outros, representou uma perda de munição contra o governo de Jair Bolsonaro: Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a Moraes a substituição de Aras.
A proposta deixou as associações das carreiras do Ministério Público em alerta. Pela primeira vez, todas as associações (ANPR, ANPT, Conamp e AMPDFT) e conselhos de procuradores emitiram nota de apoio a Aras.
Sabem que mexer nas atribuições do PGR poderia representar um efeito cascata. A investida do senador Randolfe acabou servindo para uma oportunidade de reaproximar Aras da base do MP.