Brasil perde posições em ranking internacional de crescimento

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Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo

O crescimento econômico brasileiro de 1,2% no primeiro trimestre do ano, se por um lado veio mais forte que o esperado, por outro decepciona na comparação internacional. Segundo levantamento da Austin Rating, o país está na 19ª posição em um levantamento de 50 países que já apresentaram os resultados do começo de 2021.

A posição é pior que aquela em que o país estava no quarto trimestre de 2020, quando o Brasil apresentou o 12º maior crescimento entre as nações analisadas.

– Olhando para dentro, parece que tivemos um bom crescimento. Porém, olhando para o mundo não estamos tão bem assim – diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Ele lembra, contudo, que é preciso fazer algumas ressalvas para esta análise:

– Alguns países passaram pela segunda onda da pandemia antes do Brasil, alguns países também começaram a vacinação antes do Brasil. E, com relação à ajuda do governo que ocorreu no Brasil, em outras nações foi muito melhor, devido ao fato de estes países terem uma situação fiscal muito melhor que a nossa.

O ranking da Austin considera o crescimento do primeiro trimestre de 2021 comparado ao quarto trimestre de 2020, já descontando variações sazonais. Ele é liderado pela Croácia (com alta de 5,8%), Hong Kong (5,4%) e Estônia (4,8%).

Há outros dois países latino-americanos com melhor qualificação na tabela: Chile (quarto lugar, com crescimento de 3,2% no primeiro trimestre) e Colômbia (sétima posição, com alta de 2,9%).

O Brasil ainda ficou atrás de outros emergentes como Malásia (2,7% de alta) e Turquia (+1,7%) e de nações avançadas como Estados Unidos (1,6%) e Canadá (1,4%). Porém, o resultado resultado superou o da China (+0,6%).

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No relatório, Agostini prevê uma alta de 3,3% do PIB em 2021 para o Brasil e de 3% para 2022. Apesar de indicar um potencial maior de crescimento para 2021, por ora, a consultoria optou por manter as projeções e cita seis fatores.

O primeiro é o processo de aperto monetário, inclusive com possível maior dosagem nas altas da Selic nas próximas reuniões. Além disso, o relatório cita o acirramento da crise hídrica, o processo lento de imunização contra Covid-19 e forte elevação dos custos de produção, com destaque para as altas recordes dos preços das commodities.

Outros fatores citados são cenário fiscal ainda fragilizado e redução dos estímulos monetários nas economias desenvolvidas..

Um grupo de 21 dos 50 países listados apresentou retração no primeiro trimestre do ano em relação ao fim de 2020, segundo a Austin. A maior parte da lista é de países europeus, que começaram 2021 com um forte pico de infecções do novo coronavírus e medidas restritivas de circulação.

Reino Unido, França, Alemanha e Portugal, por exemplo, estão nesta categoria, que agora, com baixa circulação do vírus e vacinação mais efetiva que a brasileira, tendem a registrar uma recuperação econômica mais veloz.

O Globo